terça-feira, 19 de novembro de 2013

BLACK BLOCK


A ALPP (Academia de Livres Pensadores da Paraíba) em parceria com o Centro Estadual de Arte e Coletivo Tribo Éthnos, gostariam de convidar a quem interessar possa para a exibição do documentário Black Block do italiano Carlo A. Bachschimidt neste dia 22 de novembro, próxima sexta, às 17h na sala de vídeo do CEARTE.
 
Como um dos assuntos em pauta na imprensa oficial e nas redes sociais assim como em todo tipo de mídia é "vandalismo" e os jovens do movimento conhecido como Black Block costumeiramente acusados de serem violentos e vândalos que vem crescendo em todo mundo nos levantes e lutas sociais vamos exibir o documentário "Black Block" do italiano Carlo A. Bachschmidt de 2011 com a duração de 01:17h que foca na morte do jovem Carlo Giuliani e no movimento contra o G8 em 2001 na Itália. Logo após teremos um debate.

Abaixo envio resenha críticas do vídeo.

Vant Vaz
Coordenador do Coletivo Tribo Éthnos
Membro da ALPP
Facilitador do curso de Danças Urbanas do CEARTE
(83) 8809-7715
www.triboethnos.org


Black Block

Direção: Carlo A. Bachschmidt (Itália 2011)

Duração: 77 minutos.


Em 2001, em Gênova, os líderes do G8 delegaram à polícia a tarefa de parar um movimento social que estava explodindo em todo o mundo. O Black Block nasceu com a intenção de resistir à repressão policial, ao controle a vida e protestar por meio da destruição de símbolos do capital uma vez que os protestos pacíficos vinham sendo ignorados. A ação direta rebelde causou muito desconforto e gerou reações imediatas daqueles que detinham o poder.

O Documentário relata o brutal ataque policial à Escola Diaz e as torturas que se seguiram. A narrativa é construída com relatos de algumas das vítimas que experimentaram a ação mais violenta já cometida pela polícia italiana.

Os entrevistados também estão entre aqueles que decidiram processar a polícia e tomaram parte no julgamento.

Além de revelar detalhes do terror policial a que foram submetidos, as vítimas ainda comentam sobre suas aspirações políticas, sobre o trauma enfrentado e a dificuldade que tiveram para retomar a ação política.


(...) o filme Black Block, realizado por Carlo Bachshmidt, Genovês formado em Arquitectura e Comunicação Social. Entre 1994 e 1998 Carlo Bachshmidt esteve envolvido em diversas campanhas de informação pública dirigidas aos jovens, e adquiriu valências na participação activa em organizações locais e nacionais. Em 2001 participou na organização do Fórum Social de Génova, a organização contra o G8/Génova, tornando-se depois técnico consultor no Fórum Legal de Génova, responsável pela análise e apresentação de todo o material fotográfico e de vídeo daqueles dias de Julho desse ano.
 
 É um filme de 1H e 16min onde estão compiladas algumas das imagens de vídeo mais marcantes desses dias, tais como a do activista Carlo Giuliani fatalmente atingido a tiro pela policia, que mais tarde alegou legitima defesa, e onde se encontram os relatos de alguns manifestantes que se encontravam na escola Diaz, expondo assim uma descrição pormenorizada de toda a actuação da policia dentro da escola e já nos centros detenção para onde foram forçados a ir.
 
 

sábado, 9 de novembro de 2013

UFPB concede Honoris Causa ao senador Cristovam Buarque

https://www.ufpb.br/content/ufpb-concede-honoris-causa-ao-senador-cristovam-buarque

A solenidade está marcada para o dia 2 de dezembro e será presidida
pela Reitora Margareth Diniz; além disso, o senador profere
conferência dia três

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) homenageia o senador e
professor Cristovam Buarque, com o título de Doutor Honoris Causa. A
solenidade será no dia 2 de dezembro às 17h, no auditório da Reitoria
no Campus de João Pessoa, em sessão solene presidida pela reitora da
instituição, professora Margareth de Fátima Diniz.

O Senador, que foi Ministro da Educação no início do primeiro governo
Lula, será homenageado a partir de sugestão encaminhada pelo Centro de
Educação (CE) e outorgada por unanimidade pelo Conselho Universitário
(Consuni) em 26 de setembro. Buarque tem mais de 20 livros lançados e
foi consultor de diversos organismos nacionais e internacionais no
âmbito da Organização das Nações Unidas ( ONU).

Além de receber o título, Cristovam Buarque realiza uma conferência no
dia 3 de dezembro às 9h, no auditório da Reitoria com o tema “A
Federalização do Ensino Médio e Fundamental”. Cristovam vai abordar a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2013, de sua autoria, que
responsabiliza a União pelo financiamento da educação básica pública.
A proposta encontra-se em tramitação na Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.

Sobre o Homenageado

Nasceu em fevereiro de 1944 em Recife (PE) e formou-se em Engenharia
pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1966. Durante esse
período, envolveu-se com a política estudantil, tendo militado na Ação
Popular, grupo de esquerda ligado à ala progressista da Igreja
Católica. Após o golpe militar de 1964, seguiu para a França, onde
obteve uma bolsa de doutorado em Economia, em 1973, para estudar na
Universidade de Sorbonne, em Paris.

Em 1974, assumiu a chefia da elaboração de projetos para a América
Latina no Banco Mundial (BID). A volta para o Brasil ocorreu somente
em 1979, quando começou a dar aulas no Departamento de Economia da
Universidade de Brasilia (UnB). Acabou sendo o primeiro reitor eleito
pelo voto direto na instituição, em 1985, e manteve-se no cargo até
1989.

Trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) entre 1973
e 1979, tendo ocupado postos no Equador em Honduras e nos  Estados
Unidos.

Foi reitor da Universidade de Brasília (o primeiro por eleição direta,
após a ditadura militar ), governador do Distrito Federal, ministro da
Educação e atualmente é senador, tendo sido eleito em 2002.

Foi agraciado com o Prêmio Jabuti de Literatura de 1995, na categoria
Ciências Humanas.  A intenção de promover uma "revolução… pela
educação" é uma ideia que segue a linha de pensamento de importantes
intelectuais brasileiros, como Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Paulo
Freira e Leonal Brizola.

O projeto bolsa-escola, implementado no Distrito Federal durante seu
governo, foi premiado no Brasil e no exterior.

Fonte:
Agência de Notícias da UFPB - Marcos Figueiredo

Posse de Gilson Gondim na ALANE-PB


Nosso Presidente da ALPP (Academia de Livres Pensadores
da Paraíba), Gilson Marques Gondim, irá tomar posse como membro
da ALANE-PB (Academia de Letras e Artes do Nordeste - Núcleo da
Paraíba) no dia 14 de Novembro, Quinta-feira, a partir das 17h. A sede
da ALANE-PB é o Centro Cultural Joacil de Brito Pereira, na Praça Dom
Adauto, nº 13, Centro, João Pessoa-PB.

No Google Maps:

https://maps.google.com.br/maps?ie=UTF8&q=Pra%C3%A7a+Dom+Adauto&fb=1&gl=br&hq=Pra%C3%A7a+Dom+Adauto,+13,+Jo%C3%A3o+Pessoa,+PB&cid=0,0,2639030484970261997&ll=-7.116149,-34.882632&spn=0.006569,0.006899&t=h&z=17&vpsrc=0&iwloc=A

Centro Histórico João Pessoa, Paraíba Praça Dom Adauto
http://www.dailymotion.com/video/xcb0uf_centro-historico-joao-pessoa-paraib_travel



Tomaz Passamani
Vice-Presidente da ALPP

quinta-feira, 4 de julho de 2013

UFPB sedia Audiência Pública com Ministra da Secretaria de Direitos Humanos


https://www.ufpb.br/content/ufpb-sedia-audi%C3%AAncia-p%C3%BAblica-com-ministra-da-secretaria-de-direitos-humanos


Qua, 03/07/2013 - 21:01

Guarda Municipal de João Pessoa, Pastoral Carcerária, Centro de
Referência da Mulher, Academia de Livres Pensadores da Paraíba, Ordem
dos Advogados do Brasil, caciques representantes de Índios Potiguaras
e Índios Tabajaras, professores, alunos e funcionários da UFPB, entre
outros movimentos sociais, estiveram presentes na manhã desta
quarta-feira a uma audiência pública que contou com a presença da
Ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República, Maria do Rosário Nunes.

O evento foi promovido pelo Conselho Estadual dos Direitos Humanos, do
qual a Universidade Federal da Paraíba faz parte, e ocorreu no
auditório do Centro de Ciências Jurídicas do campus I, na capital
paraibana.

A Ministra Maria do Rosário foi recebida no auditório pela Diretora do
CCJ/UFPB, profa. Maria Luiza de Alencar Mayer Feitosa, e pelo Reitor
em exercício da instituição, prof. Eduardo Rabenhorst, que lhe
entregaram um ramalhete de flores com votos de boas vindas.

Fonte:
Ascom – Reitoria (Fernando Caldeira/Jéssica Azevedo – estagiária)

Documentário: “Capitalismo e outras coisas de crianças”


http://www.zarinha.com/eventos/documentario-capitalismo-e-coisas-de-criancas/


No próximo sábado, dia 6 de julho de 2013, o documentário “Capitalismo
e outras coisas de crianças”, escrito e apresentado por Paddy
Shannon, do Partido Socialista da Grã-Betanha, será exibido no sala de
cinema do Zarinha Centro de Cultura.

O vídeo traz a reflexão sobre a exploração, o consumo, a guerra, o
trabalho infantil e a pobreza, problemas que podem ser vistos como
consequências do sistema capitalista. Após a exibição do documentário,
os espectadores participarão de um debate sobre os temas levantados.

O evento é uma realização da Academia de Livres Pensadores da Paraíba
e conta com o apoio do Zarinha Centro de Cultura.


data
06 JUL 2013

Horário
15h

Local
Sala de Cinema

sábado, 20 de abril de 2013

Exibição do documentário “Moving Forward”

http://www.zarinha.com/eventos/exibicao-documentario-moving-forward/


A Zarinha Centro de Cultural e o Movimento Zeitgeist João Pessoa
exibirão o documentário “Moving Forward”, do director Peter Joseph,
neste próximo sábado, dia 27 de abril. A sessão é gratuita e aberta ao
público, as inscrições podem ser realizadas por telefone, nº. 4009
1130, ou no local.

O Movimento Zeitgeist é um grupo de defesa da sustentabilidade global,
presente em setenta países, que atua para difundir informações sobre
as raízes de nossos problemas sociais atuais e procura expressar
soluções lógicas, baseadas nas descobertas e métodos científicos que
já existem à nossa disposição. O objetivo é a criação de uma sociedade
global verdadeiramente pacífica, responsável e sustentável.

DATA

27 ABR 2013

HORA

15h

Inscrições

gratuitas pelo telefone ou no local


Informações

Título: Moving Forward
Diretor: Peter Joseph
Produtor: Peter Joseph
Lançamento: janeiro de 2011
Duração: 161 minutos
Origem: Estados Unidos


Sinopse: Moving Forward, do director Peter Joseph, é um longa-metragem
em forma de documentário que visa a defesa da necessidade de uma
transição para sair do actual paradigma sócio-econômico monetário que
rege as sociedades do mundo inteiro. Este trabalho vai além do
relativismo cultural e da ideologia tradicional e aborda os atributos
empiricamente basilares da sobrevivência humana e social, extrapolando
das leis naturais imutáveis para um novo paradigma de sustentabilidade
social designado “Economia Baseada em Recursos”. O filme conta com
especialistas nas áreas da saúde pública, antropologia, neurobiologia,
economia, energia, tecnologia, ciências sociais e outros assuntos
relevantes que dizem respeito à cultura e ao funcionamento social. Os
três temas centrais deste trabalho são Comportamento Humano, Economia
Monetária e Ciências Aplicadas.

Saiba mais na página do Movimento Zeitgeist Brasil

terça-feira, 9 de abril de 2013

OBRIGADO, FELICIANO!

http://ciatriangulorosa.info/?p=329

Há pelo menos 3 décadas, o fundamentalismo religioso vem ganhando espaço no Brasil de forma intensa e silenciosa. Conquistando lugares no parlamento, em cargos executivos, canais de televisão, os fundamentalistas transformaram suas empresas em verdadeiros impérios.

Atuam, sobretudo, nas periferias urbanas, praticamente abandonadas pela Igreja Católica, que até então promovia, nestas áreas, a Teologia da Libertação – isolada e perseguida pela Cúria Romana, que discordava de sua “opção pelos pobres” e pelo seu engajamento nas lutas por direitos.

Os fundamentalistas encontraram terreno fértil para sua pregação: legiões de “sobrantes”, acossados pelo desemprego, pela invisibilidade, pelo terror da violência urbana e policial, ávidos por discursos messiânicos e salvacionistas. No meio da barbárie  e na ausência de projetos coletivos, só mesmo a fé se mostra como caminho de saída do desespero.

Durante a ascensão do fundamentalismo religioso, uma marca sempre esteve presente nos discursos e pregações: a escolha de um inimigo a ser combatido. A velha estratégia de se criar um inimigo fora do grupo, para dar sentido a sua própria existência: uma “batalha espiritual” que divide o mundo entre o bem e o mal.

As primeiras vítimas dos discursos de ódio do fundamentalismo religioso foram as religiões de matriz africana, depreciadas como “rituais macabros”, “manifestações demoníacas”. O(A)s seguidore(a)s do Candomblé e da Umbanda não contaram com a solidariedade da sociedade brasileira. Sozinho(a)s tiveram poucas condições para resistir ao verdadeiro linchamento público a que foram submetido(a)s. Desorganizad@s politicamente, minoritári@s na sociedade e subalternizad@s por um preconceito que, de tão avassalador , sequer se reconhece sua existência: o racismo.

Essa fragilidade das religiões afro tem origem histórica.  Vítimas de uma abolição tutelada, os praticantes do candomblé e da umbanda tiveram, durante muito tempo, sua religiosidade considerada crime e só conseguiam manter abertos seus terreiros caso se  submetessem à proteção de um coronel que trocasse liberdade religiosa por votos.

Curiosamente, os mesmos fundamentalistas que os atacavam (e atacam) incorporam rituais em suas liturgias nos mesmos padrões das religiões de matriz africana. O que levou Vagner Gonçalves da Silva, professor de antropologia da USP, a afirmar: ”Combatem-se essas religiões [afro] para monopolizar seus principais bens no mercado religioso, as mediações mágicas e a experiência do transe religioso, transformando-os em valor interno do sistema neopentecostal.”

Nos últimos anos, os fundamentalistas religiosos resolveram intensificar sua campanha contra outro “inimigo” : os sexodivers@s – gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis e todas as pessoas que vivem relações não procriativas (assim, também são rechaçados, em menor intensidade, os heterossexuais que realizam sexo anal e, em alguns casos, até o oral).

Utilizando-se de uma leitura biblica datada, os fundamentalistas controem um moralismo seletivo – não incorporam todas as proibições bíblicas: como, por exemplo, a de cortar o cabelo e a de comer frutos do mar …

Não à toa, os fundamentalistas escolheram este momento para intensificar seus ataques à comunidade sexodiversa: a governabilidade conservadora dos governos Lula/Dilma – que unificou, na mesma base de apoio, parlamentares “progressistas” e parlamentares fundamentalistas – fez com que muitos dos tradicionais aliados da diversidade sexual – parlamentares do PT, PC do B, PSB – se omitissem na disputa contra o fundamentalismo religioso, agora seu aliado na sustentação de governo. Resultado: deputados-pastores transformaram o plenário do Congresso e programas de TV em púlpitos de sua pregação de ódio e encontraram abandonado o cenário de disputa de valores. Some-se a isso que a resistência não tem vindo de fora do parlamento: o movimento LGBT hegemônico é hoje composto por ONGs que se encontram totalmente tragadas pela dependência ao Estado e reféns do Governismo. 

Enquanto isso, a comunidade sexodiversa está totalmente domesticada pelo mercado Pink. A maior vitória do neoliberalismo sobre a comunidade sexodiversa foi consolidar a ideia de que “chique é consumir”, que se engajar numa causa social e refletir sobre o mundo são coisas “cafonas” ou “pagar mico”.

Na esteira do medo e da culpa, os fundamentalistas tentam abrir um novo e lucrativo mercado: o da cura pela “Psicologia Cristã”. Como as normas do Conselho Nacional de Psicologia não reconhecem esta “reorientação de desejo”, os fundamentalistas tentam agora, por meio de sua bancada no Congresso Nacional, fazer uma intervenção no Conselho de Psicologia para mudar as normas da profissão.

Nessa sucessão de “batalhas espirituais”, os fundamentalistas também miraram os povos indígenas. Ressuscitando a velha retórica “missionária” de um povo a ser salvo pela “palavra cristã”, construíram relações bastante complicadas com os povos indígenas. Chegaram até mesmo a propor, no Congresso Nacional, um projeto que estabelece a visão de que os povos indígenas são infanticidas (até postaram no youtube um filme falsamente documental). Não por acaso, simultaneamente, abriram um vasto mercado de captação de recursos financeiros explorando adoções de crianças indígenas e o desconhecimento por estrangeiros da  realidade dos nossos mais de 220 povos nativos.

Também os usuários de substâncias psicoativas  foram alvo do proselitismo dos fundamentalistas. Na esteira da falência da “guerra às drogas” e na ausência de uma política de educação e saúde mental que construa a autonomia dos sujeitos frente a estas substâncias, os fundamentalistas multiplicaram outro mercado lucrativo: o da cura pela conversão. Em todo o país, “comunidades terapêuticas” recebem recursos públicos para sustentarem seu proselitismo religioso junto aos dependentes químicos.

Mas por que os fundamentalistas escolheram as religiões afro, @s sexodivers@s e os povos indígenas como seus inimigos? Por que não escolheram a religião católica, ainda majoritária no país e com a qual eles disputam espaço? 

Uma marca dos fundamentalistas é a covardia: eles só enfrentam inimigos muito mais frágeis que eles. Do total da população brasileira, 1,5% é de seguidores das religiões afro, 5 a 10%  se declaram homossexuais de %, e menos de 900 mil brasileir@s se declaram indígenas. Além de minoritários, esses grupos, têm sido historicamente estigmatizados e inferiorizados. 
  
Certamente, tão cedo, não veremos uma Santa ser chutada novamente por um pastor fundamentalista, mas terreiros seguem sendo violados Brasil a fora sem que isso cause grandes comoções.

O caminho da ascensão fundamentalista vem sendo trilhado sem qualquer resistência: exploração da fé de um povo dilacerado; constituição de um moderno curral eleitoral – transformando Cristo em Cabo Eleitoral –; influência crescente no Parlamento e nos executivos; poder crescente no oligopólio brasileiro de informação; comunidades terapêuticas, empresas de shows, editoras, isenção de impostos…

Uma trajetória que dilacera, aos poucos, nosso nunca integralmente conquistado Estado Laico: leis que, de forma crescente, estabelecem os valores dos fundamentalistas como obrigatórios para o restante da sociedade, proselitismo religioso nas escolas públicas, transferência de dinheiro público para subsidiar comunidades terapêuticas, dinheiro público para marchas para “Jesus”, dinheiro público para parques gospel

E a sociedade brasileira, passiva, assiste à ascensão do fundamentalismo.

Até que os fundamentalistas resolveram dar um passo “maior que suas pernas”: ter seu quadro político mais extremista como presidente da Comissão de Direitos Humanos.

Marco Feliciano é uma caricatura pesada demais para a sociedade brasileira. Além dos “tradicionais” ataques aos sexodivers@s, candomblecistas, umbandistas – que ele chegou até a pregar pelos “sepultamentos” –, o deputado-pastor vai além: ataca todos(as) os(as) negros(as) – classificando-os(as) como “amaldiçoados(as)” e resgatando teologia de tempos de apartheid – e as mulheres. que, e segundo ele, deveriam ser subalternizadas pelos homens.

O sectarismo de Feliciano alcança até mesmo os seguidores do catolicismo, que ele chamou de “religião morta e fajuta” e responsabilizou os católicos carismáticos pelo “avivamentos de satanás”. O deputado-pastor ainda vai mais longe:  na mercantilização da fé, promete milagres em troca de senhas de cartões de crédito e vende carnê da casa própria em plena sessão de transe espiritual. Faz uso de seu mandato público para fins privados: contrata pastores, produtores de vídeo e advogados para suas empresas. Demonstra total incapacidade para lidar com o debate democrático, já que, segundo ele, seus adversários seriam Satanás.

Feliciano é uma figura tão indefensável que seus pares (incluída a revista Veja), para protegê-lo, precisam construir as seguintes estratégias tangenciais, entre outras.

 1 – Trasformam o debate em uma briga pessoal entre Jean Wyllys e Feliciano. Tod@s @s deputad@s historicamente comprometidos com os Direitos Humanos são contrários a que um homofóbico racista esteja à frente da Comissão de Direitos Humanos. Por que só personificar em Jean Wyllys? Novamente, a costumeira covardia dos fundamentalistas: eles sabem que ainda há muita rejeição na sociedade ao fato de um homossexual ocupar um cargo público.

2 – Afirmam que é uma perseguição aos cristãos. Não é verdade: é crescente o número de cristãos que dizem não a Marco Feliciano. Mais de 150 pastores e lideranças evangélicas assinaram um manifesto em que solicitam a substituição da presidência da Comissão de Direitos Humanos. Esse pedido também foi feito pela Comissão Justiça e Paz da Cnbb e pelo Conselho de Igrejas Cristãs – que congrega a Igreja Católica, Luterana, Presbiteriana, Metodista e Anglicana.

3 – Tentam deslegitimar os movimentos contra Feliciano dizendo que seria mais importante lutar contra Renan e os mensaleiros. Ora, em quem os senadores fundamentalistas votaram para ocupar a presidência do Senado? E, entre os mensaleiros, não estava um dos parlamentares fundamentalistas, Bispo Rodrigues? Portanto, não há sentido em se relativizar uma luta fundamental, ainda mais quando isso é proposto por alguém que não constrói luta cidadã alguma…

Temos muito a “agradecer” a Marco Feliciano por provocar o surgimento de um movimento amplo e plural em defesa do Estado Laico. A sociedade Brasileira parece ter percebido finalmente o risco do Fundamentalismo Religioso.

A disputa em curso é muito maior do que a de quem irá presidir uma Comissão do Congresso.

A luta para derrubar Marco Feliciano é a materialização do confronto entre as posições em defesa  do Estado Laico e o Fundamentalismo Religioso. O que está em jogo é a opinião da sociedade sobre as liberdades individuais e religiosas, sobre a laicidade do Estado e sobre o perigo fascista do fundamentalismo religioso.

Para derrotar o fundamentalismo, não podemos subestimar seu poder. Seus quadros políticos são preparados e exibem grande capacidade de oratória e convencimento. Mas também seria um erro superestimar sua força. Entendê-los como todo-poderosos que não podem ser derrotados, criaria um sentimento paralisante na sociedade, que pouco contribuiria para o enfrentamento.

Então é importante conhecer, entre outros, os seguintes pontos de fragilidade dos fundamentalistas.

 1 – O debate sobre a imensa fortuna dos pastores (inclusive registrada pela revista “Forbes”) os deixa muito fragilizados:  não há “teologia da prosperidade” que explique que essa prosperidade só chegue para pastores, enquanto seus rebanhos seguem massacrados pelo capitalismo selvagem.

2 – Não é tão fácil quanto eles dizem mobilizar sua base social para uma disputa política aberta. Todas as vezes em que eles mobilizaram multidões foi em torno de temas religiosos mais gerais – as marchas são “para Jesus”, a rejeição ao PLC 122 entra como um tema “acessório”. Seu rebanho é composto de um público domesticado pelos poderes constituídos. Quem já o viu presente em um embate no Congresso sente dó daquelas pessoas que ficam acuadas por não entenderem plenamente o que está acontecendo. É verdade que, em tese, os fundamentalistas podem arrastar multidões para o embate público, mas seria uma manobra arriscada tirar essa gente dos currais do fundamentalismo e jogá-la no lugar do contraditório. Eles sabem que os argumentos deles só funcionam sem um contraponto de qualidade.

3 – Felizmente, eles ainda não têm um projeto de poder comum. Cada um tem seu próprio projeto de poder, e os projetos, muitas vezes, se chocam. Feliciano e outros estão jogando para nichos extremistas, ao passo que parlamentares fundamentalistas como Marcelo Crivela sonham em ocupar um cargo majoritário e, para isso, precisam ser mais “amplos”. Um acirramento de conflito, no patamar realizado por Feliciano, é ruim para os planos deles. E, mesmo dentro do mundo religioso, os fundamentalistas disputam territórios de forma bem pouco “elegante”: se hoje Malafaia e Feliciano se unem por senso de sobrevivência, até pouco tempo se matavam pelo controle da Assembleia de Deus. 

Embora os fundamentalistas não compartilhem um projeto de poder, eles agem segundo uma lógica política comum, o que dá lastro a uma articulação importante dentro do parlamento e à aliança recente para defender Feliciano. O perigo é que eles tenham tanto poder daqui a alguns anos, que comecem a aventar um projeto de poder comum.

4 – Os fundamentalistas dependem dos evangélicos conservadores não sectários para terem legitimidade  ao falar em nome do “povo evangélico”. No entanto, as lideranças conservadoras não confiam nos propósitos dos mercadores da fé, que, por isso, não podem ir longe demais nos embates, sob o risco de ficarem isolados no próprio mundo evangélico. 
5 – Dentro do movimento evangélico, há setores progressistas e inclusivos, hoje muito isolados, e que precisam ser mais visualizados para demonstrar à sociedade que existe sim evangélicos que não são intolerantes.  
É pensar essas contradições que dá caminhos mais firmes para o movimento pelo Estado Laico e contra Feliciano.

Dificilmente Feliciano sairá da presidência da Comissão. A não ser que se torne insuportável a pressão institucional crescente:  de seu partido; da Presidência da Câmara, que já se posicionou pela inviabilidade de Marco Feliciano continuar à frente da CDH; da Comissão de Ética, que, diante de uma representação do Psol, julgará o uso do mandato para fins privados.

Feliciano sabe muito bem que, a cada dia que ficar à frente da Comissão, ele ganhará mais votos de um eleitorado extremista.

Ainda que não seja fácil derrubar Feliciano, é fundamental que o movimento siga combativo:  que, a cada dia, os jovens tomem os corredores do Congresso e digam: “Feliciano não nos representa”, que, a cada dia que a CDH se reunir a portas fechadas por incapacidade de sua atual direção de dialogar com os movimentos sociais, a cada dia que uma audiência  se inviabilizar porque os convidados se negam a estar num espaço liderado por um fundamentalista, crescerá, na sociedade, a consciência do perigo do fundamentalismo religioso.

A cada dia que Feliciano fica à frente da Comissão,  cresce a Frente pelo Estado Laico , que já envolve artistas, lideranças religiosas, movimentos sociais, parlamentares e milhares de ativistas nas ruas e nas redes.  
Por isso sigamos insistentes e persistentes ….o tempo que for necessário!
 E sejamos “justos”: “Obrigado, Feliciano, pelo nosso fortalecimento para combater o fundamentalismo. Nunca estivemos tão fortes e unidos. Obrigado.

Eduardo d´Albergaria (Duda) é Cientista Social, Especialista em Políticas Públicas (MPOG) e militante da Cia Revolucionária Triângulo Rosa.

NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO

COMISSÃO DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DA DIVERSIDADE RELIGIOSA
NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO

A COMISSÃO DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL E DA DIVERSIDADE RELIGIOSA DA OAB/PB JUNTAMENTE COM OUTRAS INSTITUIÇÕES E MILITANTES DE MOVIMENTOS SOCIAIS QUE ORA SUBSCREVEM, vêm a público repudiar o ato de desrespeito e vandalismo cometido contra a imagem de Iemanjá, localizada na praia do Cabo Branco, em João Pessoa, ocorrido em 01.04.2013. Repudiamos todos os atos (e omissões) que manifestam preconceito e discriminação racial, o desrespeito à diversidade religiosa e entende que neste caso, as pessoas agredidas, principalmente, são as adeptas das religiões de matrizes - africanas e ameríndias, candomblecistas, umbandistas e juremeiros. Somos um Estado laico que defende a igualdade religiosa e lutamos para que o povo paraibano não presencie mais atos dessa natureza.
João Pessoa, 05 de abril de 2013.

Laura Taddei Alves Pereira Pinto Berquó
Presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial e da Diversidade Religiosa da OAB/PB
OAB/PB n.º 11.151

Marinho Mendes Machado
Promotor de Justiça e Conselheiro Estadual do CEDHPB

Forum Paraibano de Promoção da Igualdade Racial – FOPPIR

Rede de Mulheres de Terreiro da Paraíba

Yá Dagã Dulce de Oyá

Convenção Nacional de Pastores e Teólogos - CONPETE

Casa de Cultura Ile Asé d'Osoguiã-IAO

Articulação de Juventude Negra

Elianildo da Silva Nascimento
Coordenação da Iniciativa das Religiões Unidas - URI
(Círculo de Cooperação de Brasília/DF)
Ex-membro do Comitê Nacional da Diversidade Religiosa - SDH/Presidência da República

Coletivo Aqualtune

Academia de Livres Pensadores da
Paraíba (ALPP)

Coordenação Amazônica da Religião de Matriz Africana e Ameríndia – CARMA Associação de Desenvolvimento Sócio Cultural Toy Badé

Associação Nossa Senhora da Conceição

Associação dos Terreiros de Umbanda do Amazonas – ATUAM

Ponto de Cultura Tambor de Mina: História, memória e tradição

Sindicato dos Psicólogos do Estado do Amazonas - SINDPSI-AM

Quilombo Cultural Malunguinho

Centro Cultural Afro Brasileiro Ojú Osun

Grupo Coco de Roda Raízes da Jurema

ONG Engenho Cumbe - Santa Rita – PB

Comitê Paraibano de Educação em Direitos Humanos
José Baptista de Mello Neto
Coordenador Geral

Ana Cristina Santos Ribeiro

Ana Paula Rodrigues Cavalcanti – UFPB
Centro de Educação - Ciências das Religiões

quinta-feira, 4 de abril de 2013

NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO


O CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS DA PARAÍBA - CEDHPB vem a público repudiar o ato de desrespeito e vandalismo cometido contra a imagem de Iemanjá, localizada na praia do Cabo Branco, em João Pessoa, ocorrido em 01.04.2013. O CEDHPB repudia todos os atos (e omissões) que manifestam preconceito e discriminação racial, o desrespeito à diversidade religiosa e entende que neste caso, as pessoas agredidas, principalmente, são as adeptas das religiões de matrizes - africanas e ameríndias, candomblecistas, umbandistas e juremeiros. Somos um Estado laico e lutamos para que o povo paraibano não presencie mais atos dessa natureza. Solicitamos, ainda, às autoridades competentes a construção de uma nova imagem e que seja feita a segurança do local.

João Pessoa, 04 de abril de 2013.

João Bosco Francisco do Nascimento
Presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos - CEDHPB

segunda-feira, 18 de março de 2013

Nota de Repúdio do Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba


NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO
O Conselho Estadual dos Direitos Humanos da Paraíba – CEDHPB vem à presença de todas e todos para expressar publicamente o seu mais veemente repúdio à eleição para a Presidência da Comissão de direitos Humanos da Câmara dos Deputados, do parlamentar de Marco Feliciano, do PSC-SP, pessoa tida como intolerante nas questões de gênero, desrespeitoso à liberdade de expressão, homofóbico, lesbofóbico e racista, num momento em que toda a sociedade brasileira prega a tolerância, o respeito à diversidade e às diferenças, o parlamento federal, na contramão da história, alça à Presidência de tão importante comissão, tão cara ao povo e aos movimentos sociais do Brasil, numa demonstração de arrogância e descaso com as lutas de todos os dias, de forma que o CEDHPB, neste momento, expressa a mais integral, ampla e irrestrita repulsa a este ato que desacata e cala muito fundo nos valores construídos pela sociedade brasileira.
João Pessoa, 17 de março de 2013.

Padre João Bosco Fernandes do Nascimento
                                                                        Presidente

sexta-feira, 15 de março de 2013

Protesto contra o deputado Marcos Feliciano acontece em JP e mais 12 capitais

http://portalcorreio.uol.com.br/politica/politica/poder/2013/03/15/NWS,221158,7,389,POLITICA,2193-PROTESTO-CONTRA-DEPUTADO-MARCOS-FELICIANO-CAPITAIS.aspx


O movimento acontece neste sábado (16), a partir das 10h, no Parque
Sólon de Lucena (Lagoa), ponto de partida dos manifestantes, que se
deslocarão até Praça Rio Branco, no centro da cidade

Poder | Em 15/03/13 às 10h57, atualizado em 15/03/13 às 11h09 | Por Redação

Uma série de protestos, contra a eleição do deputado Marco Feliciano
(PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
da Câmara dos Deputados, acontecerá em diversas cidades brasileira.
João Pessoa é uma das 13 capitais que aderiram à manifestação. O
movimento acontece neste sábado (16), a partir das 10h, no Parque
Sólon de Lucena (Lagoa), ponto de partida dos manifestantes, que se
deslocarão até Praça Rio Branco, no centro da cidade.

A manifestação conta com o apoio de quase quarenta entidades,
incluindo partidos políticos, movimentos sociais, órgãos públicos e
entidades de classe. De acordo com o presidente do Movimento Espírito
Lilás (MEL), Renan Palmeira, o objetivo do protesto é fazer uma
pressão popular para que ocorra a mudança dessa comissão.

“Existe uma articulação no Congresso que são formado pelo
sconservadores e ruralista que vêm colocando de forma autoritária
pautas conservadoras contrárias ao meio ambiente e ao direitos
humanos. O ato é unificado do movimento do Direitos Humanos que tem
como objetivo clamar ‘pelo fora de Marcos Feliciano’ e refletir sobre
os direitos humano no país e o risco de retrocesso”, explicou.

A professora Ana Lia Almeida, representante do movimento feminista,
contou que havia “esperança dos movimentos que Marcos Feliciano fosse
destituído na última terça-feira, mas como isso não aconteceu,
ocorrerá neste sábado uma onda de manifestações em todo o país”.

Em carta, as entidades repudiaram a eleição de Marco Feliciano por
entender que suas declarações ferem os princípios da laicidade do
Estado Republicano e vão de encontro a Declaração Universal dos
Direitos Humanos e da Constituição Federal, reforçando e estimulando
preconceitos e a intolerância contra grupos sociais, raciais e sexuais
historicamente discriminados e marginalizados. Feliciano ganhou
destaque nacional com declarações de cunho homofóbico e racista,
chegando a dizer que ‘africanos eram descendentes amaldiçoados de Noé’
e que a AIDS é uma doença gay, além de se opor radicalmente à
igualdade de direitos aos cidadãos LGBT.

As entidades que subscrevem a carta exigem que o Poder Legislativo
reverta a escolha, destituindo o Deputado Feliciano desta Comissão,
sob risco de, ao dificultar a defesa dos direitos humanos, comprometer
o desenvolvimento do nosso Estado Democrático de Direito e frustrar a
expectativa que toda a sociedade brasileira deposita nesta
instituição. “Como um parlamentar com este perfil pode garantir que
esta Comissão defenderá os direitos que o mesmo está violando? Como
uma liderança religiosa, oriunda de uma crença que prega a igualdade e
a tolerância, se expressa de forma contrária à fundamentação deste
credo religioso?”, questiona a carta.

Subscrevem a carta o Movimento do Espírito Lilás (MEL), Coletivo
Feminista (CUNHÃ), Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Marcha
Mundial de Mulheres, Centro de Cultura Afro Brasileira Omidewa, Centro
de Direitos Humanos da UFPB, Articulação de Juventude Negra da
Paraíba, Ateliê Multicultural Elionai Gomes, União Brasileira de
Mulheres (UMB/PB), Coletivo Desintoca, Consulta Popular, Frente
Feminista, NEP - Flor de Mandacaru, Associação de Livres Pensadores da
Paraíba (ALPP), Centro Dom Oscar Romero (CEDHOR), CEDH, Assembleia
Popular (AP), Comissão de Direitos Humanos da OAB, Comissão de Direito
Homoafetivo e da Diversidade Sexual da OAB, Sindicato dos
Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado da Paraíba
(SINTEENP), Conselho Regional do Assistente Social (CRESS), Igreja
Metropolitana (ICM), Coordenadoria Municipal de Promoção a Cidadania
LGBT e da Igualdade Racial, Núcleo de Direitos Humanos da UPFB
(NDU/UFPB), Movimento Negro Organizado da Paraíba, Bamidelê -
Organização de Mulheres Negras (OMN), Fórum Paraibano pela Igualdade
Racial (FOPPIR), Rede de Mulheres de Terreiro, Federação dos Cultos
Afros Brasileiros (FICAB), FEPUMCANJU, Ilê Tata do Axé, Setorial de
Combate ao Racismo do PT-PB, Setorial LGBT do PT-PB, Comissão Setorial
Municipal de Mulheres do PT-PB, PSOL, Setorial de Direitos Humanos do
PV, Associação de Mulheres Trans da Paraíba (ASTRANS-PB), SOS Mata
Atlântica, Associação Paraibana dos Amigos da Natureza (APAN),
Sindicato das Domésticas de João Pessoa e APAE.

segunda-feira, 11 de março de 2013

ZDAY EM JOÃO PESSOA - PB NO ZARINHA


ZDAY: Exibição do Documentário ADDENDUM
http://www.zarinha.com/Eventos/zday-2013/

O ZDAY é o Dia Internacional de Divulgação do Movimento Zeitgeist.

O Movimento Zeitgeist é um movimento internacional que prega uma
mudança profunda e radical em nossos valores para a construção de uma
sociedade totalmente nova.

O ZDAY acontecerá em várias cidades espalhadas pelo mundo. A
localização desses eventos pode ser visualizada na página oficial.

Em João Pessoa, o ZDAY será comemorado com a exibição do documentário
ZEITGEIST ADDENDUM, de 2009, produzido pelo
cineasta americano Peter Joseph Merola. Em seguida, haverá um debate.
A exibição será no dia 16 de março de 2013, sábado, a partir das 15h,
na Sala de Cinema do Zarinha Centro de Cultura (ZCC). O evento é
gratuito e aberto ao público, basta apenas uma inscrição que pode ser
realizada no local ou pelo telefone 4009-1111.

O filme ZEITGEIST ADDENDUM deu origem ao MOVIMENTO ZEITGEIST, que faz profundas críticas a nossa economia monetária e defende a adoção de um
novo modelo econômico que seria a ECONOMIA BASEADA EM RECURSOS (RBE).

http://www.movimentozeitgeist.com.br/

O evento está sendo realizado pela ACADEMIA DE LIVRES PENSADORES DA
PARAÍBA (ALPP), com o apoio do ZARINHA CENTRO DE CULTURA (ZCC).

segunda-feira, 4 de março de 2013

ZDAY EM JOÃO PESSOA - PB


ZDAY EM JOÃO PESSOA - PB
16 DE MARÇO DE 2013 (SÁBADO) - 15H
SALA DE CINEMA DO ZARINHA CENTRO DE CULTURA

EXIBIÇÃO DO FILME ZEITGEIST ADDENDUM
(Seguido de Debate)

LOCAL: ZARINHA CENTRO DE CULTURA
AV. NEGO - 140 - TAMBAÚ - JOÃO PESSOA - PB
+ 55 (83) (83) 4009-1111 - http://www.zarinha.com.br/

PROMOÇÃO: ACADEMIA DE LIVRES PENSADORES
DA PARAÍBA (ALPP) E ZARINHA CENTRO DE
CULTURA (ZCC)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Encontro Nacional de Ateus reafirma luta pelo Estado laico e pelo fim da intolerância religiosa

http://www.folhadodelegado.jex.com.br/destaques/encontro+nacional+de+ateus+reafirma+luta+pelo+estado+laico+e+pelo+fim+da+intolerancia+religiosa

Um dos destaques do Encontro foi a participação de Sebastião Ramos, fundador e presidente da ABRAVIPRE (Associação Brasileira de Apoio a Vítimas de Preconceito Religioso). 

Encontro Nacional de Ateus reafirma luta pelo Estado laico e pelo fim da intolerância religiosa
Fortaleza, 20 de Fevereiro de 2013


O Encontro Nacional de Ateus é promovido desde 2012, ocorrendo simultaneamente em todo o território nacional, e tem como foco principal a troca de experiências e o debate entre ateus, agnósticos, céticos e religiosos. Sua segunda edição cearense foi realizada no dia 17 de fevereiro de 2013, no auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O evento foi organizado pela Sociedade Racionalista e apoiado pela LiHS (Liga Humanista Secular do Brasil), associações com atuações voltadas ao debate, trocas de informações e promoção de reflexões sobre ciência, ateísmo, humanismo e religião, além de pautarem a laicidade do Estado e combate à intolerância religiosa.

Um dos destaques do Encontro foi a participação de Sebastião Ramos, fundador e presidente da ABRAVIPRE (Associação Brasileira de Apoio a Vítimas de Preconceito Religioso). Essa associação surgiu com base na experiência do próprio fundador, vítima de preconceito religioso por parte das Testemunhas de Jeová ao ser desassociado (expulso) da congregação.

No evento, dentre os vários temas, discutimos com mais vigor sobre a interferência dos interesses religiosos cristãos postulados normativamente pelo Estado, com a pretensão inconstitucional de generalizar, por lei, as morais e os costumes da parcela majoritária da população, em detrimento das visões de mundo das minorias e seus direitos constitucionalmente garantidos. Nesse sentido, podemos exemplificar com alguns recentes Projetos de Lei: o proposto pela deputada Myriam Rios, do Partido Social Democrático (PSD) do Rio de Janeiro, e sancionado pelo governador Sérgio Cabral: Lei nº 6394 de 16 de janeiro de 2013, intitulado "Programa de Resgate de Valores Morais, Sociais, Éticos e Espirituais"; o de obrigatoriedade da frase "Deus seja louvado" nas cédulas de real, de autoria do deputado Eduardo da Fonte, do Partido Progressista (PP) de Pernambuco: Lei 4710/12;

No final do encontro, decidimos pela constituição de um grupo que se movimente no sentido de exigir a laicidade do Estado, constantemente ferida por propostas, deliberações e leis que afligem a diversidade religiosa e cultural do país, como exemplificado acima.

A realidade dos ateus no Brasil

Almejando uma sociedade mais aberta ao debate com as minorias sociais, buscamos nos firmar como movimento social a fim de exigir direitos e atuar " por meios legais " no combate à intolerância religiosa. Não buscamos sobre hipótese alguma ir contra as religiões, mas sim combater suas interferências no âmbito político e buscar diálogo com as demais minorias criando um canal de interação político-social.

Respaldados pela Constituição, mais precisamente na Lei Federal nº 7.716, art. 1º e art. 14º, que trata da discriminação religiosa, levando em consideração que liberdade de crença compreende a liberdade de ter uma crença e a de não ter uma crença, queremos mudar uma realidade historicamente construída no país, o preconceito contra os ateus e pessoas sem religião. São muito frequentes os casos de descrentes que sofrem diversas formas de violência por parte de quem não tolera sua não crença e não respeita seu direito a tal posicionamento.

As discriminações podem assim ser basicamente expostas:

Preconceito na família

O preconceito nessa dimensão, na qual familiares religiosos fanáticos investem em brigas, muitas vezes violentas, com seus parentes quando desconfiam ou descobrem que deixaram de acreditar em divindades ou quando eles assumem sua descrença é uma realidade perceptível em muitos relatos. A discriminação familiar pode vir em tom reprovatório, quando o familiar diz que lamenta e/ou repudia seu ateísmo, faz sermões coercitivos ou mesmo impõe castigos ou lhes corta direitos, violência não menos cruel por ter caráter simbólico/psicológico.

Preconceito na Escola

Nas escolas, a discriminação pode vir por parte de professores, colegas e funcionários e potencializada pelo ensino religioso, enquanto este não abrange a diversidade religiosa e cultural do país, generalizando ou desconsiderando minorias, incluindo aqui o ateísmo ou outras formas de não crença, em detrimento da normatividade cristã. Além estar sendo fonte de promoção da religião, o que não tem respaldo segundo o princípio de laicidade do Estado. Nesse sentido, o indivíduo identificado como ateu está vulnerável a uma série de discriminações por não pertencer a religião alguma, sendo-lhe atribuídos valores negativos com base em preconceitos. Vale ressaltar que o próprio termo "ateu" possui no senso comum grande carga pejorativa.

Preconceito no Trabalho

Sendo um ambiente também exposto às interferências de cunho religioso, o ateu pode ser discriminado no trabalho por não compartilhar das crenças de seus colegas ou superiores, estando sujeito a intolerâncias e coerções.

De tão pouco relatadas, denunciadas e discutidas nos meios de comunicação, entre a população ou entre o poder público, pode-se suspeitar que a violência moral ou física dirigida aos ateus talvez nem exista no Brasil. Portanto, é importante dar visibilidade a esse tema tão conexo a outras formas de intolerância contra minorias sociais, como em relação às religiões de matriz africana, espíritas ou comunidade LGBT.

Nesse sentido, por meio deste documento, que demarca o início de uma mobilização por esse grupo, postulamos, bem como outros sujeitos representantes de minorias sociais, a exigência de respeito pelo poder público ao princípio de laicidade do Estado e o amparo às vítimas de intolerância religiosa.

Assim, tomamos três posicionamentos iniciais:

1. Adesão à luta da Associação de Apoio a Vítimas de Preconceito Religioso (ABRAVIPRE), que trabalha com base nos preceitos constitucionais a fim de combater a intolerância religiosa. Tendo aqui exemplificada sua pauta de contestação judicial das ações promovidas pela congregação Testemunhas de Jeová no sentido de incentivar hostilidades contra ex-associados, contrariando as noções de liberdade de crença garantida pela Constituição Federal e pela Declaração Universal de Direitos humanos.

2. Declararmos oposição às proposições dos vereadores Walter Cavalcante e Elpídio Nogueira de transmissão de missas e cultos na TV Câmara de Fortaleza, pois entendemos que, além se estar desrespeitando a pluralidade religiosa e cultural brasileira, sendo esta uma emissora pública, não lhe cabe promover conteúdo religioso em respeito ao art. 19º da Constituição Federal.

3. No dia 25 de Março comemora-se a Abolição da Escravatura no Brasil, então, como o Ceará coleciona um histórico de lutas por liberdades que em alguns aspectos mudaram a história do país, propomos à CDH da Câmara realizar uma audiência pública com todos os segmentos que lutam contra o preconceito religioso no sentido de ampliarmos a discussão com a sociedade sobre este tema, que se mostra muito necessário.

DOCUMENTO COMPOSTO PELAS REPRESENTAÇÕES DA:

Associação Brasileira de Apoio a Vítimas de Preconceito Religioso (ABRAVIPRE)
Liga Humanista Secular do Brasil (LiHS) - Núcleo Ceará
Sociedade Racionalista " Equipe Ceará


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Programação do 15o. Encontro de Ateus e Agnósticos

22o. Encontro da Nova Consciência - Campina Grande - PB - 2013


DE 09 e 12 DE FEVEREIRO
 
Local: Antigo Prédio do Curso de Administração da UEPB
(Centro de Campina Grande)

Sábado, 09-02-2013

14:00h às 17:00h

Palestras:

 
15 anos do E.A.A: celebração da incredulidade

Rogério Nascimento (Prof. de Antropologia (UFCG)) - PB

 
Minha experiência no Mestrado em Ciências das Religiões

Gilson Marques Gondim (Mestre em Ciências das Religiões pela UFPB) - PB

 
A crença e os graus de razoabilidade - uma aplicação prática do princípio da dúvida

Alexey Dodsworth (Mestrando em Filosofia e consultor da Unesco no Brasil) - SP

 
O sagrado e o profano no pensamento de Georges Bataille

Joachin Melo Azevedo (Doutorando em História Cultural pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)). - PB

 
Domingo, 10-02-2013

14:00h às 17:00h

Palestras:

 
Vontade de oposição: conhecimento, rebeldias, iconoclastia

Rogério Nascimento (Prof. de Antropologia (UFCG)) - PB

 
O misógino Paulo - Contra as mulheres, a favor da escravidão

Gilson Marques Gondim (Mestre em Ciências das Religiões pela UFPB) - PB

 
Visões distorcidas da Ciência e discursos anti-Ciência

Tomaz Passamani (Licenciado e Bacharel em Física pela UFPB) - PB

 
A moral cristã das escrituras

Sidney Costa (Ateu) – PB

 
Segunda-feira, 11-02-2013

14:00h às 17:00h

Palestras:

 
Cristianismo: presunção de ideias sem história

Rogério Nascimento (Prof. de Antropologia (UFCG)) - PB

 
A Igreja Católica: Humana, demasiado humana

Gilson Marques Gondim (Mestre em Ciências das Religiões pela UFPB) - PB

 
Desconstruindo a Arca

Daniel dos Santos Nóbrega (Licenciado em Física pela UFPB) - PB

 
Considerações a respeito da exposição "A César o que é de César"

Jarrier Alves (Artista plástico)

 
Segunda-feira, 12-02-2013

14:00h às 17:00h

Palestras:

 
Cristianismo:exercício de despolitização da vida social

Rogério Nascimento (Prof. de Antropologia (UFCG)) - PB

 
Até eles duvidam

Gilson Marques Gondim (Mestre em Ciências das Religiões pela UFPB) - PB

 
Exposição e conversas em torno de vídeos ateistas



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Primeira Carta-Manifesto da Academia de Livres Pensadores da Paraíba – ALPP


            O novo diretor-executivo da Funjope, Maurício Burity, anunciou que, como parte da programação da série de eventos denominada Extremo Cultural, a Funjope promoverá shows de caráter religioso, estando o evento evangélico marcado para 17 de janeiro de 2013, e o católico agendado para o dia 21 do mesmo mês e ano.
            A Academia de Livres Pensadores da Paraíba (ALPP) entende que a promoção de eventos religiosos por parte de uma entidade pública e estatal fere o princípio da laicidade do Estado brasileiro, inicialmente estabelecido pelo Decreto n. 119-A, de 07 de janeiro de 1890, e ratificado, além de ampliado, pela Constituição de 1988, materializado no artigo 19, inciso I, da Constituição Federal.
O laicismo estatal relegou à esfera privada a organização jurídica das religiões que desejam atuar em território brasileiro, consolidando o racionalismo científico como fio condutor das políticas estatais, assegurando a igualdade entre os cultos e instituindo uma ética própria, dissociada dos ritos, dogmas e mitos religiosos, para disciplinar o exercício das funções públicas. A par disso, ainda hoje flagramos agentes políticos e servidores públicos utilizando o patrimônio estatal para divulgar crenças religiosas, mediante a exibição de símbolos, textos e imagens que as identificam, fechando pois os olhos a este baluarte da liberdade nacional que é a separação entre igreja e Estado. Agora, a Fundação Cultural de João Pessoa, inova negativamente, acrescentando aos problemas e erros anteriormente mencionados a realização de shows religiosos sob patrocínio estatal.
Além de quebrar a neutralidade do Estado quanto ao gerenciamento da fé, sugere que seus servidores estão submetidos a outros princípios que não aqueles que regem a administração pública no Brasil, sem falar no constrangimento que pode despertar nos cidadãos que professam diferentes filosofias de vida, aos quais à sombra do preconceito religioso fará companhia quando forem atendidos pelo Estado, numa evidente infração ao disposto no artigo 5º, incisos VI e VIII, da Constituição Federal.
As instituições religiosas, em sua grande maioria, já possuem infra-estrutura, recursos financeiros próprios e isenção tributária. A inclusão dos movimentos religiosos no orçamento da cultura é desleal com representações culturais que não têm todos esses privilégios. 
Enfim, certamente não cabe à Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da Funjope ou de qualquer outro órgão, a promoção de shows e eventos de cunho religioso. Consequentemente, a Academia de Livres Pensadores da Paraíba espera que o senhor Prefeito de João Pessoa, que se comprometeu em sua campanha a defender o Estado Laico, regularize essa situação junto à Funjope.
                                                           João Pessoa, 11 de janeiro de 2013