sexta-feira, 6 de maio de 2011

Consciência e Abundância

http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/10/20/integra-consciencia-e-abundancia-paulo-roberto-da-silva/

Íntegra: Consciência e Abundância – Paulo Roberto da Silva

Publicado em:20/10/2009 às 09:46:05

Estimularemos o esclarecimento sobre uma das mais relevantes causas da
exclusão social e da destruição ambiental: a orientação que seguimos
cotidianamente para satisfazer as nossas necessidades (alimentação,
vestuário, moradia, transporte, lazer etc.). Consciente ou
inconscientemente, agimos todos os dias em conformidade com a teoria
econômica predominante (independentemente da sua abordagem:
capitalista, socialista, comunista desenvolvimento sustentável etc.)
que nos transforma em agentes quânticos de destruição da força que
sustenta a vida na Terra. Uma das principais ferramentas desa
desruição é o consumo. Existem evidências significativas de que
atingimos limites terminais e devemos agir rápida e efetivamente. Mas
como? Se é que existe um caminho, ele seguramente passa pela elevação
do nosso nível de consciência. Nesse sentido, compartilharemos
experiências relativas à busca da consciência da prosperidade.
Representa um convite à reflexão sobre o nosso momento histórico e ao
autoconhecimento. É indicado para todos que desejam contribuir para
que um outro mundo seja possível.

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

"A liberdade religiosa está ameaçada no país"

http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/134926_A+LIBERDADE+RELIGIOSA\
+ESTA+AMEACADA+NO+PAIS+


ISTO É N° Edição: 2164 | 29.Abr.11 - 21:00


Debora Diniz

"A liberdade religiosa está ameaçada no país"

Antropóloga afirma que o Estado está sendo questionado na Justiça por tentar
privilegiar o ensino católico nas escolas públicas e que livros didáticos
associam os ateus aos nazistas

Solange Azevedo

Debora desenvolve pesquisas sobre laicidade e direitos humanos

O trabalho da antropóloga e documentarista carioca Debora Diniz tem si­do
amplamente reconhecido mundo afora. Aos 41 anos, ela já recebeu 78 prêmios por
sua atua­ção como pesquisadora e cineasta. Professora da Universidade de
Brasília, Debora é autora de oito livros. O último deles – "Laicidade e En­sino
Religioso no Brasil" – trata de uma discussão que está emergindo no País e
deverá ser motivo de debates acalorados no Supremo Tribunal Federal. "Além de a
lei do Rio de Janeiro sobre o ensino religioso nas escolas públicas estar sendo
contestada no Supremo, há uma ação da Procuradoria-Geral da República contra a
concordata Brasil-Vaticano, assinada pelo presidente Lula em 2008", lembra
Debora. "Um artigo da concordata prevê que o ensino religioso no País seja,
necessariamente, católico e confessional. Isso é inconstitucional."

O ensino religioso nas escolas públicas, num Estado laico como o Brasil, é
legítimo?

Debora Diniz - Sim e não. Sim porque está previsto pela Constituição. E não
quando se trata da coerência com o pacto político. Chamo de coerência a harmonia
com os outros princípios constitucionais: da liberdade e do pluralismo
religiosos e da separação entre o Estado e as igrejas. Falsamente, se pressupõe
que religião seria um conteúdo necessário para a formação da cidadania.

O pluralismo religioso é respeitado nas escolas públicas?

Debora Diniz - Não. A Lei de Diretrizes e Bases delega aos Estados o poder sobre
a definição dos conteúdos e quem são os professores habilitados. Isso não
acontece com nenhuma outra matriz disciplinar no País. A LDB diz que o ensino
religioso não pode ser proselitista. Apesar disso, legislações de vários Estados
– como a do Rio de Janeiro – afirmam que tem de ser confessional. Determinam que
seja católico, evangélico.

As escolas viraram igrejas?

Debora Diniz - As aulas de ensino religioso, obrigatórias nas escolas públicas,
se transformaram num espaço permeável ao proselitismo. Não é possível a oferta
do ensino religioso confessional sem ser proselitista. Se formos para o sentido
dicionarizado da palavra proselitismo, é professar um ato de fé. É a
catequização. O proselitismo é um direito das reli­giões. Mas isso pode ocorrer
na escola pública? A LDB diz que não.

É possível haver ensino religioso sem ser proselitista?

Debora Diniz - É. A resposta de São Paulo foi defini-lo como a história, a
filosofia e a sociologia das religiões.

São Paulo seria o melhor exemplo de ensino religioso no País?

Debora Diniz - No que diz respeito ao decreto estadual, segundo o qual o ensino
não deve ser confessional, sim. Mas se é o melhor exemplo na sala de aula, não
temos pesquisas no Brasil para afirmar isso. A LDB diz que a matrícula é
facultativa. Então, também devemos perguntar: o que a criança faz quando não
está na aula de religião?

O ensino religioso, da forma como está configurado, é uma ameaça à liberdade
religiosa?

Debora Diniz - É. Quanto mais confessional for a regulamentação dos Estados,
quanto mais os concursos públicos forem como o do Rio – em que o indivíduo tem
de apresentar um atestado da comunidade religiosa a que pertence e, caso mude de
religião, perde o concurso –, maior é a ameaça. A liberdade religiosa está
ameaçada no País e a justiça religiosa também.

Há uma tentativa de privilegiar uma ou outra religião?

Debora Diniz - Quase todos os Estados se apropriam do que aconteceu no Rio,
nominando as religiões dos professores. No Ceará, por exemplo, o professor tem
de ter formação em escolas teológicas. Mas religiões afro-brasileiras não têm a
composição de uma teologia formal. Essa exigência privilegia os católicos e os
protestantes.

Por que o MEC não define o conteúdo do ensino religioso?

Debora Diniz - Há uma falsa compreensão de que o fenômeno religioso é um saber
para iniciados, e não para especialistas laicos. Também há um equívoco sobre o
que define o pacto político num Estado laico. O fenômeno religioso não é
anterior ao fato político. Religião não pode ter um status que não se subordine
ao acordo constitucional e legislativo. Isso é verdade em algumas coisas, tanto
que o discurso do ódio não é autorizado. O debate sobre a criminalização da
homofobia causa tanto incômodo às comunidades religiosas porque resultará em
restrição de liberdade de expressão. Não se poderá dizer que ser gay é grave
perversão, como algumas fazem atualmente.

Os livros didáticos dizem...

Debora Diniz - Dizem porque há essa lacuna de regulação e de fiscalização. Há
uma subordinação do nosso pacto político ao fato religioso. O que é um equívoco.
Também há uma falsa presunção de que o saber religioso não possa ser revisado. O
MEC tem um painel em que todas as controvérsias científicas são avaliadas por
uma equipe que diz o que pode e o que não pode entrar nos livros didáticos. A
despeito de pequenas comunidades no campo da biologia dizerem que criacionismo é
uma teoria legítima sobre a origem do mundo, o filtro do MEC diz que
criacionismo não é ciência. Por que, então, o MEC não define o que pode entrar
nos livros de ensino religioso e os parâmetros curriculares?

O que os livros didáticos de religião pregam?

Debora Diniz - Avaliamos 25 livros didáticos de editoras religiosas e das que
têm os maiores números de obras aprovadas pelo MEC para outras disciplinas.
Expressões e valores cristãos estão presentes em 65% deles. Expressões da
diversidade cultural e religiosa brasileira, como religiões indígenas ou
afro-brasileiras, não alcançam 5%. Muitas tratam questões como a homofobia e a
discriminação contra crianças deficientes de uma maneira que, se fossem
submetidas ao crivo do MEC, seriam reprovadas. A retórica sobre os deficientes é
a pior possível. A representação simbólica é de quem é curado, alguém que é
objeto da piedade, que deixa de ser leproso e de ser cego. É a do cadeirante
dizendo obrigado, num lugar de subalternidade.

A submissão ao sagrado é estimulada?

Debora Diniz - É uma submissão ao sagrado, à confessionalidade. Mas a
confessionalidade não se confunde com o sagrado. O sentido do sagrado pode ser
explicado. No caso do "Alcorão", é possível explicar que a escrita tem relação
com a história do islamismo. Não precisamos de livros que violem o sagrado, que
digam que Maria não era virgem. Mas eles não precisam se submeter à
confessionalidade, dizer que há só uma verdade.

Há um estímulo ao preconceito e à intolerância nos livros?

Debora Diniz - Sem dúvida. Há a expressão da intolerância à diversidade – das
pessoas com deficiência, da diversidade sexual e religiosa, das minorias
étnicas. Há, também, uma certa ironia com as religiões neopentecostais.

A ideia da supremacia moral dos que têm religião é defendida?

Debora Diniz - É. Há equívocos históricos e filosóficos, como a associação de
­Nie­tz­s­che ao nazismo. As pessoas sem Deus são representadas como uma ameaça
à própria ideia do humanismo. É muito grave a representação dos ateus. Isso pode
gerar desconforto entre as crianças cujas famílias não professem nenhuma
religião. Já que, nos livros, elas estão representadas como aquelas que mataram
Deus e associadas simbolicamente a coisas terríveis, como o nazismo.

As aulas facultativas podem se tornar uma armadilha?

Debora Diniz - Sem dúvida. A criança terá de explicar suas crenças, o que
deveria ser matéria de ética privada. Pior: ao sair da aula com um livro como
esse, as crianças talvez tenham de explicar por que não têm Deus.

Não há reflexões históricas sobre o significado das religiões?

Debora Diniz - Nenhuma. Há uma enorme dificuldade de nominar as comunidades
indígenas como possível religião. Elas possuem tradições e práticas religiosas
ou magia. No caso das afro-brasileiras, também se fala em tradição.

O que levou o Estado a proteger o ensino religioso na Constituição?

Debora Diniz - Foi uma concessão a comunidades religiosas numa disputa sobre o
lugar de Deus e da religiosidade na Constituição. A religião foi mantida no que
caracterizaria a vida boa e a formação da cidadania. Isso é um equívoco. A
religião pode ser protegida pelo Estado, mas não no espaço de promoção da
cidadania que é a escola.

O ensino religioso está ganhando ou perdendo espaço no mundo?

Debora Diniz - Essa é uma controvérsia permanente. Nos Estados Unidos, um país
bastante religioso, não está na escola pública. Na França, o país mais laico do
mundo, também não. Exceto na região da Alsácia-Mosele. Na Bélgica e no Reino
Unido está. Esses países hoje enfrentam com muita delicadeza a islamização de
suas sociedades. Na Alemanha, grupos islâmicos já começaram a exigir o ensino de
sua religião nas escolas públicas.

Mas na França também há o outro lado, de proibirem vestimentas...

Debora Diniz - Esse é o paradoxo que a França enfrenta neste momento, sobre como
respeitar o modelo da neutralidade. A lei do país proíbe símbolos religiosos
ostensivos nas escolas públicas – cruz grande, solidéu, véu. O que o outro lado
vai dizer? Que isso viola um princípio fundamental, que é a expressão das
crenças individuais estar no próprio corpo.

Quais são os desafios do ensino religioso no Brasil?

Debora Diniz - São gigantescos e podem ser divididos em três esferas. Uma é a
esfera legal. O ensino religioso está sob contestação nos foros formais do
Estado: no Supremo, no MEC e no Ministério Público Federal. Além de a lei do Rio
de Janeiro estar sendo contestada no Supremo, há uma ação da Procuradoria-Geral
da República contra a concordata Brasil-Vaticano, assinada pelo presidente Lula
em 2008.

E do que trata esta ação?

Debora Diniz - Um artigo da concordata prevê que o ensino religioso na escola
pública seja, necessariamente, católico e confessional. Isso é inconstitucional.
Estamos falando da estrutura da democracia. Segundo o ministro Celso de Mello,
em toda a história do Supremo, só tínhamos tido uma ação que tocava na questão
da laicidade do Estado. Isso foi nos anos 40. Agora, temos pelo menos duas. A
segunda esfera é como o ensino religioso pode ou não pode ser implementado. O
MEC precisa definir quem serão os professores, como serão habilitados e quais
conteúdos serão ensinados. A terceira esfera é a sala de aula, a garantia de que
vai ser um ensino facultativo e de que o proselitismo religioso será proibido.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Movimento Zeitgeist: Resposta à Mídia; Morte de Osama bin Laden

http://blog.movimentozeitgeist.com.br/2011/05/03/movimento-zeitgeist-resposta-a-midia-morte-de-osama-bin-laden/

Artigo escrito pelo Peter Joseph, sobre a morte de Osama bin Laden.

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Movimento Zeitgeist: Resposta à Mídia; Morte de Osama bin Laden

Em 1º maio de 2011, o presidente Barack Obama apareceu na televisão
norte-americana em cadeia nacional, com o anúncio espontâneo de que
Osama bin Laden, o suposto organizador dos trágicos acontecimentos de
11 de setembro de 2001, foi morto por forças militares no Paquistão.
Logo em seguida uma grande reação da mídia ocorreu em praticamente
todas as redes de televisão, no que só poderia ser descrito como a
exibição de uma celebração grotesca, reflexo de um nível de
imaturidade emocional que beira a psicose cultural. O retrato de
pessoas correndo pelas ruas de Nova York e Washington entoando slogans
jingoístas americanos, acenando suas bandeiras como membros de algum
culto, louvando a morte de outro ser humano, revela ainda outra camada
desta doença que chamamos de sociedade moderna.
Não é o foco desta resposta abordar o uso político de tal evento ou
iluminar a orquestração encenada de como a percepção pública seria
controlada pela grande mídia e pelo governo dos Estados Unidos. Este
artigo trata de expressar a irracionalidade bruta aparente e como
nossa cultura torna-se tão facilmente obcecada e carregada
emocionalmente em relação à simbologia superficial, e não com os
verdadeiros problemas de raiz, suas soluções ou considerações
racionais de circunstância.
O primeiro e mais óbvio ponto é que a morte de Osama bin Laden não
significa nada quando se trata do problema do terrorismo
internacional. Sua morte simplesmente serve como catarse para uma
cultura que tem uma fixação neurótica em vingança e retaliação. O
próprio fato de que o governo que, do ponto de vista psicológico,
sempre serviu como uma figura paterna para seus cidadãos, reforça a
idéia de que assassinar pessoas é uma solução, deveria bastar para que
a maioria de nós fizesse uma pausa e refletisse sobre a qualidade dos
valores provenientes do próprio zeitgeist.
No entanto, além das distorções emocionais e do padrão trágico e
vingativo de recompensar a continuação da divisão humana e da
violência, há uma reflexão mais prática em relação ao real problema e
a importância desse problema quanto à sua prioridade.
A morte de qualquer ser humano é de uma conseqüência imensurável na
sociedade. Nunca é apenas a morte do indivíduo. É a morte de
relacionamentos, companheirismo, apoio e da integridade dos ambientes
familiar e comunitário. As mortes desnecessárias de 3.000 pessoas em
11 de setembro de 2001 não são nem mais nem menos importantes do que
as mortes daqueles durante as guerras mundiais, através de câncer e
doenças, acidentes ou qualquer outra coisa.
Como sociedade, é seguro dizer que nós buscamos um mundo que
estrategicamente limite todas as consequências desnecessárias através
de abordagens sociais que permitam a maior segurança que nossa
engenhosidade possa criar. É neste contexto que a obsessão neurótica
com os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 tornou-se gravemente
insultante e prejudicial ao progresso. Criou-se um ambiente em que
quantidades ultrajantes de dinheiro, recursos e energia são gastos na
busca e destruição de subculturas muito pequenas de seres humanos que
apresentam diferenças ideológicas e agem sobre essas diferenças
através da violência.
Ainda assim, apenas nos Estados Unidos, a cada ano cerca de 30.000
pessoas morrem em acidentes automobilísticos, a maioria dos quais
poderiam ser evitados por mudanças estruturais muito simples. Isso são
dez “11 de setembro” a cada ano… mas ninguém parece lamentar esta
epidemia. Da mesma forma, mais de 1 milhão de americanos morrem de
doenças cardíacas e câncer por ano – cujas causas atualmente são, em
sua maioria, facilmente ligadas a influências ambientais. No entanto,
independentemente dos mais de 330 “11 de setembro” que ocorrem a cada
ano neste contexto, as alocações de orçamentos públicos para pesquisas
sobre estas doenças são apenas uma fração do dinheiro gasto em
operações “anti-terrorismo”.
Tal lista poderia aumentar indefinidamente no que diz respeito à
perversão de prioridades quando se trata do verdadeiro significado de
salvar e proteger a vida humana, e espero que muitos possam reconhecer
o grave desequilíbrio que temos em mãos, quanto aos nossos valores.
Então, voltando ao ponto de vingança e retaliação, vou concluir esta
resposta com uma citação do Dr. Martin Luther King Jr., provavelmente
a mais brilhante mente intuitiva quando se tratava de conflitos e do
poder da não-violência. Em 15 de setembro de 1963, uma igreja em
Birmingham, no Alabama, foi bombardeada, o que causou a morte de
quatro meninas que frequentavam as aulas de educação religiosa aos
domingos.
Em um discurso público, o Dr. King declarou:
“O que assassinou as quatro meninas? Olhe ao seu redor. Você vai ver
que muitas pessoas que você jamais imaginaria capazes participaram
deste ato de maldade. Portanto, esta noite todos nós precisamos sair
daqui com uma nova determinação de luta. Deus tem uma tarefa para nós.
Talvez a nossa missão seja salvar a alma dos Estados Unidos. Não
podemos salvar a alma desta nação atirando tijolos. Não podemos salvar
a alma desta nação pegando nossas munições e saindo disparando com
armas físicas. Temos que saber que temos algo muito mais poderoso.
Basta adotar a munição do amor.”
– Dr. Martin Luther King, 1963

Peter Joseph