sábado, 29 de outubro de 2011

Exposição e concerto marcam homenagem aos 70 anos de Solha

http://www.paraiba.pb.gov.br/30095/exposicao-e-concerto-marcam-comemoracao-aos-70-anos-de-w-j-solha.html

Sexta-feira, 28 de outubro de 2011 - 10h24

O escritor, cordelista, artista plástico e ator Waldemar José Solha
será homenageado pelo seu 70º aniversário com uma série de atividades
culturais, neste sábado (29) e domingo (30), na Fundação Espaço
Cultural (Funesc). A iniciativa, que envolve exposição, concerto e
bate-papo com o homenageado, é uma ação conjunta do Governo do Estado,
por meio da Funesc, e da Prefeitura de João Pessoa, por intermédio da
Fundação de Cultura (Funjope), com apoio da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB). Toda a programação tem entrada franqueada ao público.

As atividades começam neste sábado, às 19h, com a abertura da
exposição de artes plásticas “Waldemar José Solha: O Tempo Não Para”,
que reúne quadros novos e antigos do artista, no hall do Cine Banguê.
Ao todo, serão expostas 29 telas do acervo de Solha, cedidas
especialmente para o evento. A exposição tem como curadores Maurise
Quaresma, diretora da Galeria Archidy Picado, e Sidney Azevedo,
coordenador de Artes Plásticas da Funesc. A exposição também conta com
a colaboração dos restauradores da Fundação, Fernando Diniz e Dulce
Enriques. Em seguida, às 20h, a Orquestra de Câmara da Cidade de João
Pessoa (OCCJP) apresenta o concerto “Cantata Bruta”, sob a regência do
maestro Eli-Eri Moura.

Exposição – Reúne quadros de autoretrato, além de várias telas com
novas visões de obras consagradas. Solha começou nas artes plásticas
ainda criança, demonstrando seu talento na pintura e no desenho. Na
Paraíba, começou a ganhar destaque ao participar, através da exposição
e venda dos seus quadros, da Campanha contra a Fome, promovida pelo
sociólogo Betinho, juntamente com a instituição onde trabalhava, o
Banco do Brasil, em 1994, na Galeria Gamela.

No seu currículo como artista plástico também constam obras como o
painel em exposição permanente no auditório da reitoria da UFPB –
“Homenagem a Shakespeare” –, instalação composta de 36 telas em
acrílico sobre tela, formando um retângulo de 7,20 m de largura; a
instalação “Ando Muito Confuso”, na Coordenação de Extensão Cultural
da Universidade; e a tela de 3,60 m – “A Ceia” –, no Sindicato dos
Bancários da Paraíba, todas com a mesma técnica, além das exposições
individuais feitas no Banco do Brasil e na Galeria Gamela.

Bate-papo – Complementando a programação, no domingo (30), às 18h,
haverá no Auditório Verde do Espaço Cultural um Bate-Papo Literário
com a presença do próprio W. J. Solha. A ideia é fazer um encontro
informal com o autor, no qual estarão presentes, como debatedores, o
jornalista e poeta Astier Basílio, o coordenador de Literatura e
Memória Cultural da Funesc, Archidy Picado Filho, e o jornalista
Walter Galvão, editor geral do Sistema Correio de Comunicação. No
bate-papo, o público presente poderá participar formulando questões
diretamente ao convidado.

“Cantata Bruta” – A programação especial se encerra com o concerto
“Cantata Bruta”, às 20h, no Cine Banguê, após o debate literário.
Inspirado em texto de W. J. Solha, o concerto foi elaborado para
execução com dois solistas, dois declamadores, sons eletrônicos, coro
e orquestra sinfônica. Junto com a orquestra, se apresentam a
mezzo-soprano Maria Juliana Linhares, o tenor Edd Evangelista, o ator
Walmar Pessoa, a atriz Suzy Lopes e o Coro Sonantis (do
Compomus/UFPB), sob a regência do maestro Eli-Eri Moura. A direção de
palco e iluminação são de Jorge Bweres.

A obra é uma composição coletiva de seis compositores que atuam em
João Pessoa: Didier Guigue, Eli-Eri Moura, J. Orlando Alves, Marcílio
Onofre, Valério Fiel e Wilson Guerreiro. Por dois meses, os
compositores trabalharam na música da Cantata, cujo texto tem como
referência central o premiado livro de Solha, “História Universal da
Angústia”.

O concerto será o oitavo da temporada deste ano da Orquestra de Câmara
da Cidade de João Pessoa, que tem o maestro Carlos Anísio como regente
titular. Dentre outros projetos, a OCCJP vem realizando uma série de
apresentações intitulada “Nossos Solistas”, tendo os instrumentistas
da própria orquestra como solistas, e também promovendo projetos
especiais, que são apresentações diferenciadas, como a “Cantata
Bruta”. Em 2011, já se apresentou no Festival Mimo, em Recife (PE), e
no II Festival Internacional de Música de Campina Grande.

O Coro Sonantis tem como regente titular e regente assistente os
compositores Eli-Eri Moura e Marcílio Onofre, respectivamente.
Recentemente apresentou, junto à Orquestra de Câmara da Cidade de João
Pessoa, o “Requiem para um Trombone”, em memória do trombonista
Radegundis Feitosa.

Comemoração – Na opinião da presidente da Funesc, Lu Maia, a homenagem
a Solha é merecida. “Ele é um multiartista e chega a essa idade com o
potencial produtivo em alta, com obras que são admiradas e servem como
referência para muitas gerações de artistas e escritores. Por isso,
nada mais justo do que uma homenagem em vida a esse homem para marcar
seus 70 anos”, observou. “A obra dele é para sempre, seja nas artes
plásticas, na literatura, atuando. Por isso, o nome do evento, “O
Tempo Não Para”, porque para ele, o tempo não para, está sempre em
movimento”, disse Lu Maia.

W. J. Solha – O escritor, poeta, dramaturgo, ator e artista plástico
Waldemar José Solha nasceu em Sorocaba (SP) em 1941 e mora na Paraíba
desde 1962. É autor de livros como “Israel Rêmora”, “A Verdadeira
Estória de Jesus”, “A Batalha de Oliveiros” e “História Universal da
Angústia”.

Entre os romances que assina também estão “A Canga” (2º prêmio Caixa
Econômica de Goiás), “Zé Américo Foi Princeso no Trono da Monarquia”,
e “Shake-up”, além do poema longo “Trigal com Corvos”, publicado pela
Palimage, de Portugal, em 2004 – que recebeu o Prêmio João Cabral de
Melo Neto 2005 como melhor livro de poesia do ano anterior –, e
“História Universal da Angústia”, Prêmio Graciliano Ramos 2006 e
finalista do Prêmio Jabuti 2006. Sua obra mais recente no campo da
literatura é o romance “Relato de Prócula”.

W. J. Solha tem passagens também pelo teatro. Escreveu “A Batalha de
OL contra o Gigante Ferr”, “A Verdadeira História de Jesus”, “Os
Gracos”, “A Bagaceira”, “Papa-Rabo”, “Burgueses ou Meliantes”, e “A
Batalha de Oliveiros contra o Gigante Ferrabrás”. Trabalhou como ator
nos filmes “O Salário da Morte”, dirigido por Linduarte Noronha; “Fogo
Morto”, por Marcus Farias; “Soledade”, por Paulo Thiago; “A Canga”,
com direção de Marcus Vilar, e “Lua Cambará”, de Rosemberg Cariry.

Programação

Sábado (29)

19h – Abertura da exposição “Waldemar José Solha: o Tempo não Para”,
no hall do Cine Banguê

Curadoria: Maurise Quaresma e Sidney Azevedo

20h – “Cantata Bruta”, concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de
João Pessoa com Coro Sonantis e solistas, e texto de W.J. Solha

Regência: Eli-Eri Moura

Local: Cine Banguê

Domingo, 30

18h – Bate-Papo Literário com W. J. Solha

Debatedores – Walter Galvão (jornalista/escritor), Astier Basílio
(jornalista/poeta), e o coordenador de Literatura e Memória Cultural
da Funesc, Archidy Picado Filho (escritor)

Local: Auditório Verde (ao lado do Teatro Paulo Pontes), no Espaço Cultural

20h – “Cantata Bruta”, concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de
João Pessoa com Coro Sonantis e solistas, e texto de W.J. Solha

Regência: Eli-Eri Moura

Local: Cine Banguê

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Orquestra de Câmara estreia ‘Cantata Bruta’ para homenagear Solha

http://www.paraiba.pb.gov.br/29524/orquestra-de-camara-estreia-%E2%80%98cantata-bruta%E2%80%99-para-homenagear-solha.html

Segunda-feira, 24 de outubro de 2011 - 12h50

A Orquestra de Câmara de João Pessoa apresenta, sábado e domingo (28 e
29), o concerto “Cantata Bruta”, sob a regência do maestro Eli-Eri
Moura. A peça tem como base um texto de W. J. Solha, e o concerto, que
começa às 20h, no Cine Banguê do Espaço Cultural, em João Pessoa, faz
parte das comemorações dos 70 anos do escritor e artista plástico. O
evento é gratuito, fruto de uma ação conjunta do Governo do Estado e
da Prefeitura de João Pessoa

Segundo o maestro Eli-Eri Moura, o concerto é inédito em vários
sentidos. Além de se tratar da estreia de “Cantata Bruta”, a peça foi
elaborada para execução com dois solistas, dois declamadores, sons
eletrônicos, coro e orquestra sinfônica. Junto com a orquestra,
estarão se apresentando a mezzo-soprano Maria Juliana Linhares, o
tenor Edd Evangelista, o ator Walmar Pessoa, a atriz Suzy Lopes e o
Coro Sonantis (do Compomus/UFPB), com direção de palco, iluminação e
cenário de Jorge Bweres.

O ineditismo começa com o fato de a obra ser um trabalho coletivo de
seis compositores atuantes em João Pessoa. Fazem parte do grupo Didier
Guigue, Eli-Eri Moura, J. Orlando Alves, Marcílio Onofre, Valério
Fiel, e Wilson Guerreiro. Inédita também é a abordagem da “Cantata
Bruta”, que leva ao palco o tema da violência e da banalidade da vida
humana na sociedade contemporânea.

Por dois meses, os seis compositores trabalharam na música, cujo texto
tem como referência central o premiado livro de Solha “História
Universal da Angústia”.

Exposição – Complementando a programação, no sábado (29), às 19h,
antes do concerto, será inaugurada a exposição “Waldemar José Solha: O
Tempo Não Para”, com quadros novos e antigos do artista, no hall do
Cine Banguê do Espaço Cultural.

A exposição tem como curadores Maurise Quaresma, diretora da Galeria
de Arte Archidy Picado, e Sidney Azevedo, coordenador de Artes
Plásticas da Funesc. A exposição também contará com a colaboração dos
restauradores Fernando Diniz e Dulce Enriques.

No domingo (30), às 18h, haverá na Sala Verde do Espaço Cultural um
bate-papo literário com a presença do próprio W. J. Solha. A idéia é
fazer um encontro informal com o autor, no qual estarão presentes como
debatedores o jornalista e poeta Astier Basílio, o coordenador de
Literatura e Memória Cultural da Funesc, Archidy Picado Filho, e o
jornalista Walter Galvão, editor geral do Sistema Correio de
Comunicação.

No bate-papo, a plateia poderá participar formulando questões
diretamente a Solha. A programação se encerra com a reapresentação da
“Cantata Bruta”. Toda a programação tem entrada franqueada ao público.

Programação

Sábado – 29/10

19h – Abertura da exposição “Waldemar José Solha: o tempo não para”,
no hall do Cine Bangüê

20h – Concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa com
Coro Sonantis e solistas

Local: Cine Bangüê

Domingo – 30/10

18h – Bate-Papo Literário com W. J. Solha

Local: Auditório Verde

20h – Concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa com
Coro Sonantis e solistas

Local: Cine Bangüê

Escritor W. J. Solha irá distribuir seu novo livro

http://m.correio10.com.br/noticia/6202/escritor-w-j-solha-ira-distribuir-seu-novo-livro

Entretenimento,
Saturday, 22/10/2011

Astier Basílio

A cellista Drica vem da Espanha desiludida com a música e disposta a
abandonar sua arte. Seu pai, Zé Medeiros, um industrial, que também é
professor de filosofia, está às vésperas de se aposentar e se vê
diante do dilema de não saber o que fazer após o fim das aulas. O
emblema desta família de perdidos é Seu Né, pai de Zé Medeiros.
Abandonado pela segunda família, sem memória, é acolhido pelos que
abandonou. Para complicar este cenário todo, aparece a bela e
misteriosa Marion, que vai desestruturar os alicerces da família
Medeiros. Assim é Arkáditch (Ideia, 221 páginas), o mais novo romance
do escritor e multi-artista W. J. Solha.

Aos 70 anos, completos em maio passado, Solha já colhe boas recepções
críticas de seu mais recente trabalho. O curioso é que o autor decidiu
não lançar o seu livro. “Sempre me dei mal nos lançamentos, pois não
sei ligar para um amigo que mora lá na caixa-prego, ‘convidando-o’
para aguentar alguns discursos e comprar minha ‘obra’”, diz. Como
ganhou a bolsa Funarte de Criação Literária, no valor de R$ 30 mil,
Solha resolveu não vender esta nova obra. Quem se interessar, pode
pdir por e-mail (wjsolha@superig.com.br) e o autor o envia pelos
Correios.

Na opinião do tradutor, poeta e crítico literário Ivo Barroso,
Arkáditch é um “belo romance policial cult”. Ele acredita que é
possível ler o livro assim. “Gosto de trabalhar o mistério como meio
de manter o leitor comigo até o final do livro”, conta.

Entretanto, com este romance, Solha pretendeu algo mais. “Arkáditch é,
também, um drama urbano - pretendi dar a João Pessoa (como fiz,
também, no Relato de Prócula), uma cara na literatura, algo como Joyce
deu a Dublin e Virginia Woolf a Londres”.

Discorrendo sobre os seus próprios personagens, Solha opina: “Minha
criação mais forte, no romance, por esse lado, é justamente o velho Né
Medeiros, esclerosado, que pensa o tempo todo estar em Fortaleza e que
em nenhum momento reconhece o filho”.

A ação de Arkáditch se passa nos anos 1990, mais precisamente, no
período em que o presidente Collor é destituído do cargo por meio de
um impeachment. O romance também foi escrito naquele período. Falando
sobre o processo Solha diz: “Quando ainda datilografava meus livros,
era fácil dizer quantas versões tinham sido necessárias para chegar à
versão final”. Ratificando a importância dos detalhes, revela:
“Costumo dar meus originais - quando sinto que ainda não estão bons -
a pessoas que respeito no ramo e que me sejam, evidentemente,
acessíveis”. Todavia, Solha reconhece: “Depois disso tudo, você
entrega os originais para a editora, mas não se sente feliz”.

Literatura em primeiro lugar

Em texto sem assinatura, nas orelhas do livro, há uma série de
aproximações entre os personagens e a vida real de Solha. Ao ser
perguntado sobre as relações entre ficção e biografia, Solha recorre a
uma característica bem sua: a citação. “Não à toa Flaubert disse que
Madame Bovary era ele: ‘Madame Bovary c´est moi’. Como faço meu
personagem Zé Medeiros dizer, logo no começo de meu romance, ao dizer
que está fazendo um romance, há uma grande verdade na frase do Templo
de Delfos: ‘Conhece-te a ti mesmo e conhecereis os deuses e o
universo’. O que não significa que faço livros autobiográficos”,
informa. Falando sobre as diferenças, o escritor atesta: “Não conheço
a Rússia, e graças ao fato de ter estudado lá, Zé Medeiros tem todo
seu drama, décadas depois. Nem sou, como ele, professor de filosofia
da UFPB, muito menos – também – usineiro”.

Ator, pintor, dramaturgo, escritor. A qual destas áreas Solha mais tem
se dedicado? “Não se é possível fazer tudo isso bem. Esse é o
problema. Tanto, que deixei o teatro em 1990, a pintura em 2004.
Resolvera, também, não mais participar de filmes, quando recebi
convites irrecusáveis para testes em filmes de Kléber Mendonça Filho -
em que contracenei com Irandhir Santos – e de Marcelo Gomes, no qual
sou pai de Hermila Guedes”, explica.

“O resultado da overdose é que senti, pela primeira vez na vida, o que
é a exaustão total. Somente fui me livrar quase um ano depois. E tive
de interromper, quando estive no Recife, envolvido nesses filmes, o
poema longo a que me dedico há já três anos”, relata. “Mas a verdade é
que tenho feito todas as outras atividades para ter como escrever meus
livros com conhecimento de causa. A literatura - há trinta e tantos
anos - tem sido minha atividade principal”.

domingo, 10 de julho de 2011

Estatutos da Academia de Livres Pensadores da Paraíba (ALPP)


Art. 1º - A Academia de Livres Pensadores da Paraíba, doravante ALPP,
com sede em João Pessoa, Paraíba,
tem por fim a cultura do livre pensamento, do ceticismo científico,
do racionalismo, o combate às pseudociências e a defesa do Estado Laico.

§ 1º – A Academia compõe-se de até 40 membros efetivos e perpétuos, dos
quais 25, pelo menos, residentes em João Pessoa, constituindo-se desde já
com os membros que assinarem os presentes Estatutos.

§ 2º – As 40 vagas na Academia equivalerão a cadeiras que terão como
Patronos livres pensadores já falecidos. A escolha de cada nome de
Patrono será feita pelo Acadêmico com aprovação consensual dos demais
membros da Academia.

§ 3º - Constituída a Academia, será o número de seus membros
completado mediante eleição. Do mesmo modo
serão preenchidas as vagas que de futuro ocorrerem no quadro dos seus
membros efetivos.


Art. 2º - Só podem ser admitidos como membros efetivos da Academia
aquelas pessoas cujo pensamento não se prenda a dogmas nem à suposta
sacralidade de textos, pessoas, instituições, lugares ou objetos. Os livres
pensadores não consideram a fé motivo válido para se acreditar em algo
ou em alguém, elegendo a razão e as evidências empíricas como os únicos
caminhos para o conhecimento válido.


Art. 3º - A administração da Academia compete a um Presidente, a um
Vice-Presidente e a um Secretário-Geral, eleitos a cada dois anos e reelegíveis.

§ 1º - O Presidente dirige os trabalhos da Academia e a representa em
juízo e nas suas relações com terceiros.

§ 2º – O Vice-Presidente auxilia o Presidente e o substitui em seus
impedimentos.

§ 3º - Ao Secretário-Geral cabe auxiliar o Presidente e o Vice-Presidente
e manter em ordem toda a documentação da Academia e lavrar as atas
das reuniões e/ou assembleias.


Art. 4º - Para eleições exige-se, em primeira assembleia, a
maioria absoluta dos membros residentes em João Pessoa.


Art. 5º - Os membros da Academia não respondem individualmente pelas
obrigações contraídas em nome dela, expressa ou implicitamente, pelos
seus representantes.


Art. 6º - A Academia poderá aceitar auxílios oficiais e particulares,
bem como encargos que visem ao progresso do livre pensamento,
do ceticismo científico e do racionalismo, o combate às pseudociências
e a defesa do Estado Laico.


Art. 7º - No caso de extinção da Academia, liquidado o seu passivo,
reverterá o saldo, que houver, em favor da União, se antes não se
resolver que seja transferido a algum estabelecimento público ou outra
associação ou entidade que tenha fins idênticos ou análogos aos seus.


Art. 8º - Para reforma destes estatutos, extinção da Academia e
aplicação do patrimônio acadêmico, no caso do art. 7º, será preciso o
voto expresso da maioria absoluta dos membros efetivos da Academia.


Art. 9º – Os casos omissos nestes estatutos serão resolvidos pela
Diretoria da Academia.


João Pessoa, 09 de julho de 2011.


Gilson Marques Gondim, Presidente
Tomaz Luís Pontes Dornelles Passamani, Vice-Presidente
Camilo Sobreira Duarte Filho, Secretário-Geral
Luiz Victor do Espírito Santo Silva
Daniel dos Santos Nóbrega
Gutemberg Pessoa Rodrigues dos Santos
Waldemar José Solha
Rogério Lima
Homero de Almeida Araújo Neto
Ivan Martins da Costa Júnior 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Consciência e Abundância

http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/10/20/integra-consciencia-e-abundancia-paulo-roberto-da-silva/

Íntegra: Consciência e Abundância – Paulo Roberto da Silva

Publicado em:20/10/2009 às 09:46:05

Estimularemos o esclarecimento sobre uma das mais relevantes causas da
exclusão social e da destruição ambiental: a orientação que seguimos
cotidianamente para satisfazer as nossas necessidades (alimentação,
vestuário, moradia, transporte, lazer etc.). Consciente ou
inconscientemente, agimos todos os dias em conformidade com a teoria
econômica predominante (independentemente da sua abordagem:
capitalista, socialista, comunista desenvolvimento sustentável etc.)
que nos transforma em agentes quânticos de destruição da força que
sustenta a vida na Terra. Uma das principais ferramentas desa
desruição é o consumo. Existem evidências significativas de que
atingimos limites terminais e devemos agir rápida e efetivamente. Mas
como? Se é que existe um caminho, ele seguramente passa pela elevação
do nosso nível de consciência. Nesse sentido, compartilharemos
experiências relativas à busca da consciência da prosperidade.
Representa um convite à reflexão sobre o nosso momento histórico e ao
autoconhecimento. É indicado para todos que desejam contribuir para
que um outro mundo seja possível.

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

"A liberdade religiosa está ameaçada no país"

http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/134926_A+LIBERDADE+RELIGIOSA\
+ESTA+AMEACADA+NO+PAIS+


ISTO É N° Edição: 2164 | 29.Abr.11 - 21:00


Debora Diniz

"A liberdade religiosa está ameaçada no país"

Antropóloga afirma que o Estado está sendo questionado na Justiça por tentar
privilegiar o ensino católico nas escolas públicas e que livros didáticos
associam os ateus aos nazistas

Solange Azevedo

Debora desenvolve pesquisas sobre laicidade e direitos humanos

O trabalho da antropóloga e documentarista carioca Debora Diniz tem si­do
amplamente reconhecido mundo afora. Aos 41 anos, ela já recebeu 78 prêmios por
sua atua­ção como pesquisadora e cineasta. Professora da Universidade de
Brasília, Debora é autora de oito livros. O último deles – "Laicidade e En­sino
Religioso no Brasil" – trata de uma discussão que está emergindo no País e
deverá ser motivo de debates acalorados no Supremo Tribunal Federal. "Além de a
lei do Rio de Janeiro sobre o ensino religioso nas escolas públicas estar sendo
contestada no Supremo, há uma ação da Procuradoria-Geral da República contra a
concordata Brasil-Vaticano, assinada pelo presidente Lula em 2008", lembra
Debora. "Um artigo da concordata prevê que o ensino religioso no País seja,
necessariamente, católico e confessional. Isso é inconstitucional."

O ensino religioso nas escolas públicas, num Estado laico como o Brasil, é
legítimo?

Debora Diniz - Sim e não. Sim porque está previsto pela Constituição. E não
quando se trata da coerência com o pacto político. Chamo de coerência a harmonia
com os outros princípios constitucionais: da liberdade e do pluralismo
religiosos e da separação entre o Estado e as igrejas. Falsamente, se pressupõe
que religião seria um conteúdo necessário para a formação da cidadania.

O pluralismo religioso é respeitado nas escolas públicas?

Debora Diniz - Não. A Lei de Diretrizes e Bases delega aos Estados o poder sobre
a definição dos conteúdos e quem são os professores habilitados. Isso não
acontece com nenhuma outra matriz disciplinar no País. A LDB diz que o ensino
religioso não pode ser proselitista. Apesar disso, legislações de vários Estados
– como a do Rio de Janeiro – afirmam que tem de ser confessional. Determinam que
seja católico, evangélico.

As escolas viraram igrejas?

Debora Diniz - As aulas de ensino religioso, obrigatórias nas escolas públicas,
se transformaram num espaço permeável ao proselitismo. Não é possível a oferta
do ensino religioso confessional sem ser proselitista. Se formos para o sentido
dicionarizado da palavra proselitismo, é professar um ato de fé. É a
catequização. O proselitismo é um direito das reli­giões. Mas isso pode ocorrer
na escola pública? A LDB diz que não.

É possível haver ensino religioso sem ser proselitista?

Debora Diniz - É. A resposta de São Paulo foi defini-lo como a história, a
filosofia e a sociologia das religiões.

São Paulo seria o melhor exemplo de ensino religioso no País?

Debora Diniz - No que diz respeito ao decreto estadual, segundo o qual o ensino
não deve ser confessional, sim. Mas se é o melhor exemplo na sala de aula, não
temos pesquisas no Brasil para afirmar isso. A LDB diz que a matrícula é
facultativa. Então, também devemos perguntar: o que a criança faz quando não
está na aula de religião?

O ensino religioso, da forma como está configurado, é uma ameaça à liberdade
religiosa?

Debora Diniz - É. Quanto mais confessional for a regulamentação dos Estados,
quanto mais os concursos públicos forem como o do Rio – em que o indivíduo tem
de apresentar um atestado da comunidade religiosa a que pertence e, caso mude de
religião, perde o concurso –, maior é a ameaça. A liberdade religiosa está
ameaçada no País e a justiça religiosa também.

Há uma tentativa de privilegiar uma ou outra religião?

Debora Diniz - Quase todos os Estados se apropriam do que aconteceu no Rio,
nominando as religiões dos professores. No Ceará, por exemplo, o professor tem
de ter formação em escolas teológicas. Mas religiões afro-brasileiras não têm a
composição de uma teologia formal. Essa exigência privilegia os católicos e os
protestantes.

Por que o MEC não define o conteúdo do ensino religioso?

Debora Diniz - Há uma falsa compreensão de que o fenômeno religioso é um saber
para iniciados, e não para especialistas laicos. Também há um equívoco sobre o
que define o pacto político num Estado laico. O fenômeno religioso não é
anterior ao fato político. Religião não pode ter um status que não se subordine
ao acordo constitucional e legislativo. Isso é verdade em algumas coisas, tanto
que o discurso do ódio não é autorizado. O debate sobre a criminalização da
homofobia causa tanto incômodo às comunidades religiosas porque resultará em
restrição de liberdade de expressão. Não se poderá dizer que ser gay é grave
perversão, como algumas fazem atualmente.

Os livros didáticos dizem...

Debora Diniz - Dizem porque há essa lacuna de regulação e de fiscalização. Há
uma subordinação do nosso pacto político ao fato religioso. O que é um equívoco.
Também há uma falsa presunção de que o saber religioso não possa ser revisado. O
MEC tem um painel em que todas as controvérsias científicas são avaliadas por
uma equipe que diz o que pode e o que não pode entrar nos livros didáticos. A
despeito de pequenas comunidades no campo da biologia dizerem que criacionismo é
uma teoria legítima sobre a origem do mundo, o filtro do MEC diz que
criacionismo não é ciência. Por que, então, o MEC não define o que pode entrar
nos livros de ensino religioso e os parâmetros curriculares?

O que os livros didáticos de religião pregam?

Debora Diniz - Avaliamos 25 livros didáticos de editoras religiosas e das que
têm os maiores números de obras aprovadas pelo MEC para outras disciplinas.
Expressões e valores cristãos estão presentes em 65% deles. Expressões da
diversidade cultural e religiosa brasileira, como religiões indígenas ou
afro-brasileiras, não alcançam 5%. Muitas tratam questões como a homofobia e a
discriminação contra crianças deficientes de uma maneira que, se fossem
submetidas ao crivo do MEC, seriam reprovadas. A retórica sobre os deficientes é
a pior possível. A representação simbólica é de quem é curado, alguém que é
objeto da piedade, que deixa de ser leproso e de ser cego. É a do cadeirante
dizendo obrigado, num lugar de subalternidade.

A submissão ao sagrado é estimulada?

Debora Diniz - É uma submissão ao sagrado, à confessionalidade. Mas a
confessionalidade não se confunde com o sagrado. O sentido do sagrado pode ser
explicado. No caso do "Alcorão", é possível explicar que a escrita tem relação
com a história do islamismo. Não precisamos de livros que violem o sagrado, que
digam que Maria não era virgem. Mas eles não precisam se submeter à
confessionalidade, dizer que há só uma verdade.

Há um estímulo ao preconceito e à intolerância nos livros?

Debora Diniz - Sem dúvida. Há a expressão da intolerância à diversidade – das
pessoas com deficiência, da diversidade sexual e religiosa, das minorias
étnicas. Há, também, uma certa ironia com as religiões neopentecostais.

A ideia da supremacia moral dos que têm religião é defendida?

Debora Diniz - É. Há equívocos históricos e filosóficos, como a associação de
­Nie­tz­s­che ao nazismo. As pessoas sem Deus são representadas como uma ameaça
à própria ideia do humanismo. É muito grave a representação dos ateus. Isso pode
gerar desconforto entre as crianças cujas famílias não professem nenhuma
religião. Já que, nos livros, elas estão representadas como aquelas que mataram
Deus e associadas simbolicamente a coisas terríveis, como o nazismo.

As aulas facultativas podem se tornar uma armadilha?

Debora Diniz - Sem dúvida. A criança terá de explicar suas crenças, o que
deveria ser matéria de ética privada. Pior: ao sair da aula com um livro como
esse, as crianças talvez tenham de explicar por que não têm Deus.

Não há reflexões históricas sobre o significado das religiões?

Debora Diniz - Nenhuma. Há uma enorme dificuldade de nominar as comunidades
indígenas como possível religião. Elas possuem tradições e práticas religiosas
ou magia. No caso das afro-brasileiras, também se fala em tradição.

O que levou o Estado a proteger o ensino religioso na Constituição?

Debora Diniz - Foi uma concessão a comunidades religiosas numa disputa sobre o
lugar de Deus e da religiosidade na Constituição. A religião foi mantida no que
caracterizaria a vida boa e a formação da cidadania. Isso é um equívoco. A
religião pode ser protegida pelo Estado, mas não no espaço de promoção da
cidadania que é a escola.

O ensino religioso está ganhando ou perdendo espaço no mundo?

Debora Diniz - Essa é uma controvérsia permanente. Nos Estados Unidos, um país
bastante religioso, não está na escola pública. Na França, o país mais laico do
mundo, também não. Exceto na região da Alsácia-Mosele. Na Bélgica e no Reino
Unido está. Esses países hoje enfrentam com muita delicadeza a islamização de
suas sociedades. Na Alemanha, grupos islâmicos já começaram a exigir o ensino de
sua religião nas escolas públicas.

Mas na França também há o outro lado, de proibirem vestimentas...

Debora Diniz - Esse é o paradoxo que a França enfrenta neste momento, sobre como
respeitar o modelo da neutralidade. A lei do país proíbe símbolos religiosos
ostensivos nas escolas públicas – cruz grande, solidéu, véu. O que o outro lado
vai dizer? Que isso viola um princípio fundamental, que é a expressão das
crenças individuais estar no próprio corpo.

Quais são os desafios do ensino religioso no Brasil?

Debora Diniz - São gigantescos e podem ser divididos em três esferas. Uma é a
esfera legal. O ensino religioso está sob contestação nos foros formais do
Estado: no Supremo, no MEC e no Ministério Público Federal. Além de a lei do Rio
de Janeiro estar sendo contestada no Supremo, há uma ação da Procuradoria-Geral
da República contra a concordata Brasil-Vaticano, assinada pelo presidente Lula
em 2008.

E do que trata esta ação?

Debora Diniz - Um artigo da concordata prevê que o ensino religioso na escola
pública seja, necessariamente, católico e confessional. Isso é inconstitucional.
Estamos falando da estrutura da democracia. Segundo o ministro Celso de Mello,
em toda a história do Supremo, só tínhamos tido uma ação que tocava na questão
da laicidade do Estado. Isso foi nos anos 40. Agora, temos pelo menos duas. A
segunda esfera é como o ensino religioso pode ou não pode ser implementado. O
MEC precisa definir quem serão os professores, como serão habilitados e quais
conteúdos serão ensinados. A terceira esfera é a sala de aula, a garantia de que
vai ser um ensino facultativo e de que o proselitismo religioso será proibido.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Movimento Zeitgeist: Resposta à Mídia; Morte de Osama bin Laden

http://blog.movimentozeitgeist.com.br/2011/05/03/movimento-zeitgeist-resposta-a-midia-morte-de-osama-bin-laden/

Artigo escrito pelo Peter Joseph, sobre a morte de Osama bin Laden.

PARA DIVULGAÇÃO IMEDIATA

Movimento Zeitgeist: Resposta à Mídia; Morte de Osama bin Laden

Em 1º maio de 2011, o presidente Barack Obama apareceu na televisão
norte-americana em cadeia nacional, com o anúncio espontâneo de que
Osama bin Laden, o suposto organizador dos trágicos acontecimentos de
11 de setembro de 2001, foi morto por forças militares no Paquistão.
Logo em seguida uma grande reação da mídia ocorreu em praticamente
todas as redes de televisão, no que só poderia ser descrito como a
exibição de uma celebração grotesca, reflexo de um nível de
imaturidade emocional que beira a psicose cultural. O retrato de
pessoas correndo pelas ruas de Nova York e Washington entoando slogans
jingoístas americanos, acenando suas bandeiras como membros de algum
culto, louvando a morte de outro ser humano, revela ainda outra camada
desta doença que chamamos de sociedade moderna.
Não é o foco desta resposta abordar o uso político de tal evento ou
iluminar a orquestração encenada de como a percepção pública seria
controlada pela grande mídia e pelo governo dos Estados Unidos. Este
artigo trata de expressar a irracionalidade bruta aparente e como
nossa cultura torna-se tão facilmente obcecada e carregada
emocionalmente em relação à simbologia superficial, e não com os
verdadeiros problemas de raiz, suas soluções ou considerações
racionais de circunstância.
O primeiro e mais óbvio ponto é que a morte de Osama bin Laden não
significa nada quando se trata do problema do terrorismo
internacional. Sua morte simplesmente serve como catarse para uma
cultura que tem uma fixação neurótica em vingança e retaliação. O
próprio fato de que o governo que, do ponto de vista psicológico,
sempre serviu como uma figura paterna para seus cidadãos, reforça a
idéia de que assassinar pessoas é uma solução, deveria bastar para que
a maioria de nós fizesse uma pausa e refletisse sobre a qualidade dos
valores provenientes do próprio zeitgeist.
No entanto, além das distorções emocionais e do padrão trágico e
vingativo de recompensar a continuação da divisão humana e da
violência, há uma reflexão mais prática em relação ao real problema e
a importância desse problema quanto à sua prioridade.
A morte de qualquer ser humano é de uma conseqüência imensurável na
sociedade. Nunca é apenas a morte do indivíduo. É a morte de
relacionamentos, companheirismo, apoio e da integridade dos ambientes
familiar e comunitário. As mortes desnecessárias de 3.000 pessoas em
11 de setembro de 2001 não são nem mais nem menos importantes do que
as mortes daqueles durante as guerras mundiais, através de câncer e
doenças, acidentes ou qualquer outra coisa.
Como sociedade, é seguro dizer que nós buscamos um mundo que
estrategicamente limite todas as consequências desnecessárias através
de abordagens sociais que permitam a maior segurança que nossa
engenhosidade possa criar. É neste contexto que a obsessão neurótica
com os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 tornou-se gravemente
insultante e prejudicial ao progresso. Criou-se um ambiente em que
quantidades ultrajantes de dinheiro, recursos e energia são gastos na
busca e destruição de subculturas muito pequenas de seres humanos que
apresentam diferenças ideológicas e agem sobre essas diferenças
através da violência.
Ainda assim, apenas nos Estados Unidos, a cada ano cerca de 30.000
pessoas morrem em acidentes automobilísticos, a maioria dos quais
poderiam ser evitados por mudanças estruturais muito simples. Isso são
dez “11 de setembro” a cada ano… mas ninguém parece lamentar esta
epidemia. Da mesma forma, mais de 1 milhão de americanos morrem de
doenças cardíacas e câncer por ano – cujas causas atualmente são, em
sua maioria, facilmente ligadas a influências ambientais. No entanto,
independentemente dos mais de 330 “11 de setembro” que ocorrem a cada
ano neste contexto, as alocações de orçamentos públicos para pesquisas
sobre estas doenças são apenas uma fração do dinheiro gasto em
operações “anti-terrorismo”.
Tal lista poderia aumentar indefinidamente no que diz respeito à
perversão de prioridades quando se trata do verdadeiro significado de
salvar e proteger a vida humana, e espero que muitos possam reconhecer
o grave desequilíbrio que temos em mãos, quanto aos nossos valores.
Então, voltando ao ponto de vingança e retaliação, vou concluir esta
resposta com uma citação do Dr. Martin Luther King Jr., provavelmente
a mais brilhante mente intuitiva quando se tratava de conflitos e do
poder da não-violência. Em 15 de setembro de 1963, uma igreja em
Birmingham, no Alabama, foi bombardeada, o que causou a morte de
quatro meninas que frequentavam as aulas de educação religiosa aos
domingos.
Em um discurso público, o Dr. King declarou:
“O que assassinou as quatro meninas? Olhe ao seu redor. Você vai ver
que muitas pessoas que você jamais imaginaria capazes participaram
deste ato de maldade. Portanto, esta noite todos nós precisamos sair
daqui com uma nova determinação de luta. Deus tem uma tarefa para nós.
Talvez a nossa missão seja salvar a alma dos Estados Unidos. Não
podemos salvar a alma desta nação atirando tijolos. Não podemos salvar
a alma desta nação pegando nossas munições e saindo disparando com
armas físicas. Temos que saber que temos algo muito mais poderoso.
Basta adotar a munição do amor.”
– Dr. Martin Luther King, 1963

Peter Joseph

sábado, 30 de abril de 2011

Entrevista com Daniel Sottomaior (Presidente da ATEA)

http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=28642

Diretos democráticos
"A questão da laicidade do Estado é possivelmente um dos grandes pontos chave
que trás em volta do ateísmo"

Causa Operária entrevista Daniel Sottomaior um dos fundadores da Atea -
Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, a organização foi impedida de
colocar cartazes da organização em ônibus em quatro capitais do país

30 de abril de 2011

Causa Operária – Você pode explicar para os nossos leitores o que é a ATEA, como
surgiu a iniciativa, como foi formada e quais são os seus objetivos?

Daniel Sottomaior – É uma organização de ateus no País. Ela surgiu no final de
2008 com a necessidade de ajudar as necessidades que a comunidade ateu tinha em
mente. Todos os grupos de interesses têm a tendência de formalizar para
conseguir agir mais eficazmente.

Na verdade, a grande pergunta é porque isso não foi feito antes. Você tem
associações de bairros, grupos de ciclistas, clube de enxadrismo, todos os
grupos com pessoas com interesses comuns acabam se organizando em torno de
instituições e os ateus ainda não tinham feito isso no País. Isso estava
pendente há muito tempo. Temos muitos objetivos porque entendemos que temos
muitas causas de interesse nosso que estão ainda em aberto. Como por exemplo,
uma das importantes é a laicidade do estado, o estado é laico só nominalmente,
mas de fato está muito longe disso. Uma das outras causas mais importantes é a
questão do preconceito e da discriminação contra os ateus. Nós queremos ocupar
um lugar na sociedade como iguais, como cidadãos plenos e não como páreas
oficiais que entendemos que somos aos olhos da maior parte dos cidadãos.



Causa Operária – Qual a importância da defesa do ateísmo?

Daniel Sottomaior – Os ateus se dividem muito a respeito disso. Há aqueles que
dizem que fazer proselitismo é errado. Que seria uma coisa intrinsecamente
errada, má. Mas é uma posição que a associação não tem e eu pessoalmente também
não tenho. Os partidos fazem proselitismo, o Greenpeace faz proselitismo, os
religiosos fazem proselitismo, os fãs de futebol fazem proselitismo, eu acho que
é um direito constitucional e não vejo nada de errado. Além do proselitismo em
si tem a questão da exposição pública. Grande parte das minorias entende isso,
eu acho que está correto, que parte do preconceito é ficar fechado em um gueto.
Isto é um ciclo vicioso. O preconceito faz os grupos se fecharem e quanto mais
fechados eles estão menos as pessoas conhecem sobre ele e mais eles ficam sendo
os estranhos, diferentes. A gente entende que esse tipo de segregação contribui
com o preconceito. A ideia da exposição não é somente fazer o proselitismo, que
a gente sabe que muito dificilmente vamos ganhar um desconvertido, mas em grande
parte para assim como os ecologistas tem necessidade de falar sobre suas causas,
debater sobre a sociedade, nós também temos e achamos que esta exposição já
contribui com o fim do preconceito e enquanto se achar que não se deve falar
sobre o ateísmo a gente vai contribuir com o preconceito. A hora que a questão
estiver sendo debatida nas mesas de bar, nas famílias, na mídia, a tendência é
que o preconceito diminua.



Causa Operária – Tem-se a impressão de que a Atea foi formada mais
especificamente para defender os direitos dos ateus do que para defender o
ateísmo como concepção do mundo. Você concorda com esta observação?

Daniel Sottomaior – Sim, concordo. Mesmo porque quando ela foi formada, uma das
idéias que nortearam a definição de nossos objetivos era ampliar o máximo
possível a nossa base de membros. Então nós poderíamos fazer uma associação que
apostasse forte no proselitismo. Mas esse não foi o caso. Tem muitos ateus que
não se interessam por isso e são até contrários. Decidimos investir mais na
defesa dos direitos do que propriamente no proselitismo.

Causa Operária– A iniciativa mais evidente da associação foi a campanha de
cartazes em ônibus. Como e quando surgiu a idéia da campanha nos ônibus com
mensagens que expõem um pouco do que pensam os ateus?

Daniel Sottomaior – A ideia da campanha em ônibus não é original. Ela surgiu na
Inglaterra estampando em centenas dos ônibus vermelhos em Londres e em outras
cidades também. Depois se espalhou para outros países também: Espanha, Estados
Unidos, Austrália, Suíça. Mais ou menos nesta época a ATEA foi fundada. Neste
momento começamos a fazer propaganda nos ônibus. Praticamente todas as campanhas
foram iguais as originais, o mesmo slogan, até a mesma identidade visual, e a
gente achou que não tinha essa obrigação e que poderíamos dar outras mensagens
que fossem mais adequadas. A criação das mensagens foi original, da ATEA.
Algumas das frases são princípios dos ateus e foram adaptadas para o contexto da
campanha, para aquele tipo de veículo.



Causa Operária – Como foi recebida a campanha no Brasil?

Daniel Sottomaior – Muito mal. Nós tentamos exibir a campanha em quatro capitais
e nas quatro não conseguimos. A campanha foi recusada pelos exibidores com uma
série de desculpas e motivos em cada uma delas. Por outro lado felizmente
tivemos uma considerável atenção da imprensa. Tiveram matérias de páginas
inteiras em jornais importantes no País de maneira que pelo menos em matéria de
divulgação conseguimos o nosso objetivo inicial. Houve muitas pessoas que
ficaram indignadas e que nos acusaram. Um dos motivos alegados foi que nossa
campanha era discriminatória e não o contrário. Recebemos muitas vezes essa
acusação e era uma reação de se esperar. É a primeira vez que os ateus surgem
publicamente no país e não vejo nada de diferente na reação.



Causa Operária – Qual o principal objetivo com a campanha?

Daniel Sottomaior – Algumas ações como esta pode cumprir vários objetivos ao
mesmo tempo. A entidade investiu na campanha exatamente por causa disso, ela
poderia cobrir diversas bases em uma tacada só. Ela cobria a nossa necessidade
de exposição pública, mostrando a sociedade quem nós somos e o que pensamos que
nós existimos. Cumpria a nossa necessidade de dar esta mensagem, contrário ao
preconceito. O mote que aparecia em todas elas "diga não ao preconceito contra o
ateu". É uma coisa inédita aqui no Brasil, existe a campanha contra o
preconceito racial, homofóbico, mas não contra o preconceito contra os ateus. De
certa maneira, esse mote atingia todas elas e em algumas das peças falávamos um
pouco do que pensam os ateus.



Causa Operária – Quais organizações agiram para proibir a campanha?

Daniel Sottomaior – Em São Paulo, Salvador e Santa Catarina, ela veio direta ou
indiretamente das empresas que contratamos para exibir. Em São Paulo foi a
própria empresa. Em Salvador também as duas empresas negaram a cumprir o
contrato. Em Santa Catarina a empresa que nós contratamos alegou que a recusa
veio das empresas de ônibus do qual eles alugam o espaço. No Rio Grande do Sul
ficou um empurra, empurra de responsabilidades. A empresa que nós contratamos em
São Paulo disse que foi um problema trazido do Rio Grande do Sul. Lá no Rio
Grande do Sul e alguns jornalistas de associação patronal de transportadores
coletivos disse que o veto foi dela e a versão que veio foi de que tinha sido a
empresa de transporte municipal. Entramos em contato com as duas, depois disso,
formalmente e elas se negam a prestar esclarecimentos formais. Não temos
formalmente a recusa. Ela aconteceu de fato, mas ninguém quer se responsabilizar
por ela.



Causa Operária – Quais leis foram utilizadas para a censura contra a ATEA?

Daniel Sottomaior – Aqui em São Paulo não foi uma lei, mas o contrato das
empresas de ônibus que proibiria temas religiosos e Santa Catarina não houve
alegação nenhuma de lei e tanto em Salvador com no Rio Grande do Sul foi com
relação a uma lei que proibia conteúdo discriminatório. Tanto em Salvador como
no Rio Grande do Sul a alegação foi que as nossas campanhas eram
discriminatórias e preconceituosas. A boa notícia é que no Rio Grande do Sul nós
estamos contratando outdoors e aparentemente o contrato vai ser levado a cabo e
possivelmente no máximo em um mês esses outdoors estarão nas ruas.



Causa Operária – Em sua opinião, estas iniciativas contra a ATEA fazem parte de
uma ofensiva em geral contra os direitos democráticos da população? (por
exemplo, a perseguição e prisão do criador do portal Wikileaks)

Daniel Sottomaior – Eu não sei. Talvez de uma maneira indireta, mas eu sinto que
o que foi muito imediato e sensível inclusive com algumas das empresas acabaram
nos contatos conosco acabavam nos destratando, era uma motivação claramente
religiosa. A pessoa se sentiu atingida pessoalmente e acabava sendo bastante
agressivas com a instituição e comigo pessoalmente. As pessoas que tratavam
sobre o assunto acabavam sendo bastante agressivas, não sei se daria para falar
do contexto geral, mas era uma reação de fundo religioso muito nítido.



Causa Operária – O Tribunal de Justiça espanhol proibiu uma manifestação de
ateus. Vocês da ATEA tem contato com estes grupos? Qual era a proposta da
passeata e qual sua avaliação sobre a proibição?

Daniel Sottomaior – Eu tinha muito poucas informações. Não tenho contato com os
ateus da Espanha, infelizmente. Das poucas informações que eu tive parece que é
mais um dos efeitos das leis que podem ser chamas de leis de blasfêmia que
existem no mundo para proteger o sentimento religioso. Você pode falar e
criticar o quanto quiser o restaurante do próximo, o time, o partido e aí a
manifestação é livre. Mas a hora que você critica a religião do próximo, as
pessoas te multam, prendem, silenciam. Do que eu soube da passeata deles foi
exatamente esse caso, as críticas que eles estavam fazendo e pelo menos em parte
são proibidas pela lei espanhola como são proibidas pela lei brasileira em
alguns casos. Eu só tenho a lamentar. Eu acho que se existe liberdade de
expressão isso tem que valer de maneira geral enquanto não atinge as pessoas
diretamente. Uma coisa é falar que se discorda do cristianismo que faz mal à
sociedade e outra coisa é dizer "eu acho que este cristão é um canalha". São
coisas completamente diferentes. Nós somos contra o homem xingar outro homem.
Não estamos aqui para falar mal de nenhuma pessoa, mas temos críticas muito
importantes as instituições e as ideias e temos o direito de fazer isso embora a
lei em determinados casos nos proíba.



Causa Operária – Quais mecanismos a Igreja utiliza para controlar as
instituições e o Estado?

Daniel Sottomaior – Tem uma infinidade. No Brasil, o caso que conheço melhor, os
mecanismos são os mais diversos. Existe desde a simpatia dos fiéis. O fiel pode
não estar a mando ou sequer em contato nem com padre, bispo ou cardeal, mas ele
depois de ter sido doutrinado por muitos anos ele vai reproduzir o ideário no
qual ele foi doutrinado e vai agir como se fosse um membro da hierarquia da
Igreja. Se o indivíduo católico sente que a nossa crítica são ofensivas a Igreja
ele vai agir de toda a maneira que estiver no alcance dele para ir contra isso.
Se você tem um Juiz que tem um crucifixo no seu Tribunal e alguém quer retirar,
ele vai reagir de todas as maneiras que ele puder. Isso é algo disperso e
difícil de medir. Tem coisas mais objetivas. Em geral as instituições têm poder
com dinheiro. Uma das maneiras que as Igrejas têm para conseguir dinheiro é
através do estado. Elas criam instituições que teoricamente são filantrópicas ou
tem algum fim filantrópico e com isso elas conseguem arrecadar dinheiro público.
O "pulo do gato" é que estas instituições não fazem só filantropia, fazem
filantropia e atividades evangelizadoras. O estado paga pela filantropia, mas
este dinheiro acaba indo para financiar atividade fim da Igreja: evangelização,
cultos, bispos etc.

Este é o caso das pastorais da criança por exemplo, eles recebem uma tonelada de
dinheiro público e parte deste dinheiro é utilizado para os fins próprios da
Igreja. O dinheiro que deveria ser usado para servir às crianças e acaba sendo
utilizado para cultos e rodas de estudos bíblicos.

E ultimamente o mais poderoso instrumento que a Igreja Católica tem é uma
concordata e poucas pessoas sabem. O governo Brasileiro assinou um acordo com o
Vaticano que dá uma série de benefícios à Igreja Católica que nenhum outro culto
tem, incluindo a proteção aos símbolos e dinheiro. O Estado brasileiro é agora
obrigado a colaborar com móveis e imóveis da Igreja Católica. Quem tem dinheiro
está escrito e isso é um tratado internacional e tem nível hierárquico em nossas
leis. O congresso a princípio não tem nenhum poder para alterar um instrumento
como este. Está fora do voto popular. É um instrumento fortíssimo para a Igreja
conseguir aquilo que quer. Fora mensagens com o ensino religioso, mensagens
religiosas nas repartições públicas, em nosso dinheiro até. Existe uma ampla
rede de ações dos mais diversos tipos que os grupos religiosos em geral e a
Igreja Católica em particular vem para controlar o estado e os cidadãos.



Causa Operária – O que a ATEA fez com relação à censura?

Daniel Sottomaior – Nós temos duas alternativas e estamos perseguindo as duas.
Uma é procurar outras mídias e é o que estamos fazendo em outras cidades. Espero
que tenhamos os outdoors no Rio Grande do Sul. Possivelmente ônibus no Rio de
Janeiro, eu tinha a informação de que no Rio de Janeiro tinha uma lei que
impedia mensagens religiosas, mas duas semanas atrás, um grupo que estava
anunciando o fim do mundo anunciou no ônibus no Rio de Janeiro.

Veio a tona a possibilidade de que essa lei não existe e mentiram para nós ou
essa lei existe e está desvinculada a termos religiosos, agora nós temos meios
legais de tentar conseguir alguma coisa no Rio de Janeiro. Legalmente já temos
uma ação em Salvador para pressionar a decisão de vetar os nossos anúncios.

Causa Operária – Qual a importância, em sua opinião, do ateísmo na atual
situação política do mundo?

Daniel Sottomaior – É uma coisa muito debatida entre os ateus. Há uma série de
motivos diferentes. Um deles é a nossa concepção que está muito bem ancorada nos
fatos de que poucos grupos religiosos estão efetivamente interessados na
laicidade do estado. Isso deveria estar no topo das prioridades de grande parte
deles, mas não é isso. O que você vê é quase sempre os grupos religiosos
dominantes não tem interesse nenhum em uma laicidade efetiva. Tem vínculos
fortes com o estado, que é o caso do Brasil, em suma "não querem largar o osso".
Eles criam bancadas políticas no Congresso, no Executivo e o que acontece é que
isso traz uma série de conseqüências não só por liberdades religiosas de
minorias que são sempre atingidas como até o bolso do contribuinte. Há países
que explicitamente financiam as Igrejas com mecanismos constitucionais até
países como o Brasil que a princípio são laicos e que o dinheiro de todos os
contribuintes está chegando para financiar atividades confessionais. A questão
da laicidade do Estado é possivelmente um dos grandes pontos chave que trás em
volta do ateísmo por que você não vê os grupos religiosos com o mínimo de
empenho em promover a laicidade, muito pelo contrário. Quase sempre eles estão
lutando contra. Eles sempre querem um tipo de vínculo que os beneficiem. Eles
não estão interessados na liberdade e igualdade plena. Eles querem um
diferencial que é particularmente tanto cristãos como muçulmanos e outros grupos
fundamentalistas.



Causa Operária – Como a ATEA vê as iniciativas da direita religiosa
norte-americana e do Vaticano para cercear os direitos das mulheres, impor a
educação religiosa nas escolas, impor às instituições científicas a doutrina
absurda do criacionismo e outras iniciativas reacionárias e obscurantistas
semelhantes?

Daniel Sottomaior – Isso que acontece nos Estados Unidos com a direita religiosa
e o Vaticano a gente vê aqui no Brasil numa escala diferente, mas que
qualitativamente idêntico em minha opinião só tende a crescer. Se você falasse
20 anos atrás em criacionismo aqui no Brasil as pessoas iriam rir. Agora isso
está no Supremo. O Supremo (Tribunal Federal) pode decidir agora sobre o
criacionismo e o ensino religioso nas escolas públicas de caráter proselitista.
O crescimento político das igrejas evangélicas mudou completamente o cenário a
ponto que as questões que você vê lá, acaba vendo aqui. A gente teve os
conceitos que teriam lá e aqui: o ensino religioso nas escolas, a questão do
aborto, células tronco, criacionismo, todas estas questões estão chegando aqui.
Tem até cursos superiores ensinando criacionismo para não falar nas escolas
públicas. A questão do aborto nas eleições presidenciais, as células tronco
foram parar no Supremo aqui, enfim estas iniciativas todas também tomam por uma
defesa forte do estado laico e aqui no País você simplesmente não vê. Ao
contrário dos Estados Unidos eu realmente não vejo nenhuma mobilização
substantiva pela defesa do Estado Laico, com pouquíssimas exceções de alguns
políticos e partidos, são vozes conflitantes com o resto que confirmam a regra.
Vozes que não chegam na mídia, não temos uma cultura que defenda a laicidade
para atacar todas estas questões e que em minha opinião a coisa está indo morro
abaixo. O direito das mulheres, por exemplo, tem perspectivas muito ruins com
relação a isso.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Há cerca de quinze milhões de anos...

Por Gilson Gondim

Há cerca de quinze milhões de anos, a linhagem dos orangotangos divergiu da que resultaria nos gorilas, chimpanzés, bonobos e humanos.

Há cerca de nove milhões de anos, a linhagem dos gorilas divergiu da que resultaria nos chimpanzés, bonobos e humanos.

Há cerca de seis milhões de anos, a linhagem dos humanos divergiu da que resultaria nos chimpanzés e nos bonobos.

Há cerca de dois milhões de anos, a linhagem dos chimpanzés divergiu da que resultaria nos bonobos.

Há cerca de 500 mil anos, a nossa linhagem divergiu da que resultaria no Homem de Neandertal.

Há cerca de 200 mil anos, surgiu o Homem de Neandertal.

Há cerca de 30 mil anos, extinguiu-se o Homem de Neandertal.

O Homem de Neandertal não era nosso pai ou avô, mas nosso primo-irmão. Era uma espécie muito semelhante à nossa, mas era outra espécie.

De todas as espécies que já existiram, o Homem de Neandertal foi a mais parecida conosco. Das espécies ainda vivas, as mais próximas de nós são o chimpanzé e o bonobo. O parentesco de chimpanzés e bonobos conosco é maior do que o parentesco deles com o gorila e o orangotango. Geneticamente, os chimpanzés e os bonobos são quase humanos. 

Todos os animais mencionados neste texto se reconhecem no espelho (ou seja, têm autoconsciência) e aprendem a se comunicar com linguagem de sinais, entre outras proezas. Têm raciocínio instrumental, isto é, sabem calcular os melhores meios para atingir determinados fins.

Os padres e pastores, porém, continuam falando como se o mundo se dividisse de modo absoluto e abrupto entre o ser humano e o resto. Idiotas.

A Bíblia é um Livro Científico

Por Homero Neto


O best-seller do mundo é a Bíblia, também o mais lido e o menos compreendido. Milhares de pessoas neste lado ocidental do planeta acreditam que a Bíblia é a palavra inerrante de Deus. Teólogos experientes e com vários anos de estudo não chegam a uma conclusão unânime. Alguns o consideram como um simples livro de história, para outros não passa de mito.

Os ufólogos citam a Bíblia para fazer prova de que extraterrestes gigantes viveram em nosso planeta, outros mais exaltados falam em mistura de DNA, para justificar os tamanhos dos personagens Ogue de quatro metros de altura e Golias, este com dois metros e noventa centímetros.

Há quem aponte três mil e duzentas contradições na Bíblia, e há aqueles que não vê nenhuma. Ainda há muitos leitores e intérpretes da bíblia que enxergam conflito entre a Bíblia e a Ciência e outras que dizerem que não há conflito algum entre religião e ciência, porque elas se relacionam com assuntos diferentes. Não é verdade.

A ciência do direito é vastamente citada nos cinco primeiros livros da Bíblia.

A Bíblia fala de cosmologia ao relatar a criação do universo, fala sobre planetologia, ou astronomia planetária quando diz que a terra era sem forma e vazia ou quando o profeta Isaías fala sobre o círculo da Terra. Hidrografia também pode ser encontrada na Bíblia na explicação da origem dos oceanos.

A meteorologia é infalível. A previsão do dilúvio se deu sete dias antes e choveu durante quarenta dias e quarenta noites, exatamente como fora anunciado.

Há também lições de mecânica celeste no extermínio do povo amorreu, na célebre batalha de Jericó, onde o Sol parou por um dia em Gabaon e a Lua no vale de Ajalon.

Alguns livros apologéticos na ânsia de provarem que a mecânica celeste citada na Bíblia está em perfeita harmonia com a atualidade, afirmam, inclusive, que este “fato” está bem documentado na NASA.

A Bíblia nos fala de biologia quando classifica morcego como ave.

A Bíblia nos fala de botânica quando diz que o menor grão do mundo é o de mostarda e que a semente tem que morrer para depois germinar.

A Bíblia nos fala de mineralogia quando diz que ouro e prata enferrujam.

Há relatos geográficos – Jesus é levado por Satanás ao cume da mais alta montanha e de lá mostrou todos os reinos da terra.

A Bíblia nos fala sobre astronomia estrelar e até faz previsões de choques de estrelas com a Terra em um futuro muito próximo, no Livro Apocalipse.

Acho que estes exemplos são bastantes e necessários para mostrar que a Bíblia é um livro histórico e também científico. Embora deva reconhecer, tratar-se de uma ciência observacional entendida no contexto da época.

A conclusão que de imediato se faz é: Você quer aprender ciência nos livros editados no século XXI ou quer depositar seus conhecimentos científicos através de um livro antigo escrito há mais três mil e quinhentos anos?

João Pessoa, 20 de Abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A ciência como agente de transformação social

http://www2.uol.com.br/sciam/multimidia/a_ciencia_como_agente_de_transformacao_social.html

A ciência como agente de transformação social

Como é possível utilizar a ciência como agente de transformação
social? Na conferência realizada dia 09/06, no Teatro Tuca, São Paulo,
em comemoração aos sete anos da revista Scientific American Brasil, o
neurocientista Miguel Nicolelis deu uma aula de como cientistas
brasileiros, radicados no exterior, podem contribuir para o
desenvolvimento econômico e sociocultural de seu país natal.

Clique nos links abaixo e assista a conferência na íntegra.

Parte 1 - http://www.vimeo.com/5294851

Parte 2 - http://www.vimeo.com/5306051

Parte 3 - http://www.vimeo.com/5392763

Parte 4 - http://www.vimeo.com/5395309

sábado, 12 de março de 2011

OPINIÃO: ENSINO RELIGIOSO EM ESCOLA PÚBLICA

EM TEMPO, 12-03-2011

ENSINO RELIGIOSO EM ESCOLAS PÚBLICAS

Um parecer aprovado por unanimidade pelo Conselho Municipal de Educação do Rio de Janeiro vai, com certeza, trazer uma antiga discussão que não fora esquecida, mas simplesmente deixada de lado: a adoção do ensino religioso nas escolas públicas. Ainda mais que a ex-capital federal continua sendo o epicentro das discussões políticas e culturais e de muitas bobagens, também, que se disseminam pelo país.

O conselho carioca decidiu que a religião não deve ser incluída no currículo das
instituições locais, seja como disciplina obrigatória ou facultativa,
"reafirmando o caráter laico da escola pública". Isto foi suficiente para
acender o estopim do que já é uma longa polêmica. O parecer se opõe à Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96), que estabelece a religião
como disciplina facultativa do ensino fundamental e se tornou alvo de uma ação
direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão do
órgão pode dificultar a inclusão do tema na grade curricular das escolas
públicas cariocas – tema proposto pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) após sua
eleição, em 2008.

O texto foi publicado no Diário Oficial do município, provocando críticas de
entidades católicas e evangélicas. A Arquidiocese do Rio alega que o ensino é um
direito constitucional e defende aulas optativas para cada denominação
religiosa. A Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil (Omebe) vai além: afirma
que a decisão estabelece uma "ditadura do laicismo" e que pretende questionar o
parecer.

"Entendemos que a escola pública deve ser laica, sem ensino confessional (com
aulas separadas para cada religião). Não existe um consenso sobre a estrutura
desse ensino religioso, então acreditamos que é preciso aguardar a decisão do
STF sobre a ação que questiona o tema antes de tomar uma posição definitiva",
disse a professora Rosa Maria Ribes Pereira, relatora do parecer no conselho. A
questão vai "pegar" também em Manaus, onde escolas públicas municipais e
estaduais têm sido ostensivamente direcionadas por várias denominações cristãs.
[i]

http://www.emtempo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2161:ensi\
\
no-religioso-em-escolas-publicas&catid=301:editorial&Itemid=574

Deus no banco dos réus

Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=8auwBvOmfws

Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=k6T_RffKV5o

Parte 3
http://www.youtube.com/watch?v=QAtkkhS9qPI

Parte 4
http://www.youtube.com/watch?v=GcpsYsf6JRI

Parte 5
http://www.youtube.com/watch?v=eFi1jeJ0myE

Parte 6
http://www.youtube.com/watch?v=Wk2q7yVNmDA

Parte 7
http://www.youtube.com/watch?v=HtaVO8sZQlc

Parte 8
http://www.youtube.com/watch?v=nGh_SqrIFYk

Parte 9
http://www.youtube.com/watch?v=twXTD7oTx6U

quarta-feira, 9 de março de 2011

Algumas considerações sobre a Academia de Livre-Pensadores da Paraíba

Por Gilson Gondim


1. São definidas como livres pensadoras, para efeito de participação na ALPP – Academia de Livres-Pensadores da Paraíba, aquelas pessoas cujo pensamento não se prende a dogmas nem à suposta sacralidade de textos, pessoas, instituições, lugares ou objetos. Os livres-pensadores não consideram a fé motivo válido para se acreditar em algo ou em alguém, elegendo a razão e as evidências empíricas como os únicos caminhos para o conhecimento válido.

2. A ALPP tem o objetivo de reunir os livres-pensadores da Paraíba, ou pelo menos alguns deles, para defender a liberdade de expressão e a laicidade do Estado brasileiro, combatendo a tutela ou tentativa de tutela da religião ou da religiosidade sobre o ensino, os meios de comunicação e as instituições públicas.

3. A Academia tem ainda o objetivo de promover estudos, publicações, eventos etc. que reforcem e aperfeiçoem a visão de mundo antidogmática, tornando seus membros mais eficazes intelectualmente e influenciando racionalmente o público em geral.

4. A Academia de Livres-Pensadores da Paraíba deverá se manifestar também sobre assuntos correntes, atuais e cotidianos que possam afetar, de algum modo, as razões de ser da instituição e seus valores fundamentais.

5. A instituição deverá atuar na imprensa, na internet, no Poder Judiciário, onde quer que seja possível e necessário agir em defesa dos valores do livre-pensamento.

6. Os membros fundadores seriam todos aqueles que, sendo paraibanos ou  residindo na Paraíba e enquadrando-se na definição do item 1, desejem participar.

7. Caberia aos fundadores reunir-se para traçar as diretrizes gerais e eleger uma Comissão de Redação da Proposta de Estatutos.

8. Uma vez pronta a proposta de estatutos, ela seria submetida à Assembleia-Geral.

9. Aprovados os Estatutos pela Assembleia-Geral, tratar-se-ia de formalizar a instituição.

Proposta de Criação da Academia de Livre-Pensadores da Paraíba

No dia 08 de Março de 2011, no último dia do 13o. Encontro de Ateus e Agnósticos, evento paralelo ao 20o. Encontro da Nova Consciência, em Campina Grande - PB, foi proposto a criação da Academia de Livre-Pensadores da Paraíba.

Ficou definido que seria criada uma lista de discussão de emails e um blog.
Uma segunda reunião também ficaria marcada para o feriadão da próxima
Semana Santa.


João Pessoa, 09 de Março de 2011